Educação Escolar Quilombola e Ensino de Sociologia
um currículo na perspectiva intelectual
DOI:
https://doi.org/10.29327/268903.8.2-10Palavras-chave:
Currículos, Quilombos, Ensino de SociologiaResumo
Pretende-se neste trabalho abordar os aspectos de ordem teórica e metodológica que norteiam a Educação Escolar Quilombola, com ênfase no Ensino de Sociologia na perspectiva de um Currículo Intercultural, e desta forma refletir sobre os principais desafios e estratégias que propõem a conjugação do Ensino de Sociologia e os conhecimentos e saberes tradicionais dos territórios quilombolas em que as escolas estão inseridas ou que atendam uma parcela significativa de alunos oriundos destas áreas. A metodologia adotada foi uma revisão de literatura, através de uma pesquisa bibliográfica em livros, revistas, periódicos e sites, além de análise documental em leis, decretos, resoluções e pareceres. A conjugação do binômio Ensino de Sociologia na Educação Escolar Quilombola e a realidade sociocultural pode ser menos conflituosa se no processo de ensino, os aspectos próximos à realidade dos alunos forem realmente mobilizados e levados em conta no processo de ensino e aprendizagem, pois os conteúdos precisam ser mediados pelo vivido. Através deste estudo, considera-se que a discussão sobre o tema deve ser continuamente construída, exigindo para isso uma maior atenção, sobretudo das políticas afirmativas da educação específica. Reconhecemos através deste estudo que o profissional habilitado para lecionar a disciplina de Sociologia tem um duplo desafio pedagógico, qual seja: o de afirmar constantemente a necessidade do ensino de Sociologia, dado o seu histórico de rupturas e continuidades na educação brasileira, e o de mobilizar os conhecimentos, práticas e saberes dos territórios quilombolas, amparadas nas legislações que orientam o ensino da Educação Escolar Quilombola. Defendemos a reestruturação do currículo escolar de forma que seja possível contemplar as narrativas, saberes e conhecimentos tradicionais de grupos historicamente subalternizados e invisibilizados ao longo do processo educacional. A mudança não refere-se apenas aos conteúdos, mas sim, ao aspecto estrutural, epistemológico e político do currículo. Torna-se urgente descolonizar a sua estrutura rígida, para que o alto grau de interferência ocasionado pelo processo de colonização, que definiu os conteúdos considerados legítimos, seja colocado em xeque, reestruturando-os e ressignificando-os.
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