Editorial

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DOI:

https://doi.org/10.29327/268903.6.1-1

Resumo

O dossiê “Povos e comunidades indígenas e tradicionais: (Re)existências, saberes e luta por direitos,” surge de um Grupo de Trabalho (GT) homônimo coordenado pelos organizadores desta edição, no evento I Simpósio Amazônico de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará (UFPA), que ocorreu em setembro de 2022. A proposta inicial do GT era receber pesquisas sobre a região Amazônica, que pensassem as relações dos povos indígenas, das comunidades quilombolas e tradicionais com os territórios diante de mudanças sociais hostis impostas pelo capital na região. Os questionamentos colocados em debate no GT foram: como nas Amazônias povos tradicionais desenvolvem suas identidades, ciências e educações? Quais as diversas violências e os conflitos socioambientais que enfrentam? Quais são suas articulações para as lutas e garantias de preservação de seus territórios e efetivação de seus direitos? Quais são seus protagonismos e memórias? Devido ao intenso número de pesquisas que o GT recebeu, decidimos continuar com a proposta que havíamos pensado para ele, em um outro formato. Assim, articulamos juntos a Revista Das Amazônias esta edição especial. A maioria dos artigos aceitos debatem a Amazônia, alguns poucos voltam-se para outras regiões do Brasil, todavia, sempre dentro do debate proposto.

É importante evidenciar que o Grupo de Trabalho e este dossiê nascem e se desenvolvem em meio ao final do governo Bolsonaro, transição e posse para o terceiro mandato do atual presidente, Luís Inácio Lula da Silva. O primeiro governo mencionado, marcado por retrocessos nas políticas voltadas para os povos indígenas, quilombolas e questões socioambientais. O segundo governo, marcado pela esperança de reestruturação e melhora de planos de governo voltados para estas comunidades. Mas, em meio ao atual cenário político, os aliados do bolsonarismo continuam na tentativa de enfraquecer as populações mais vulnerabilizadas. As imagens que formam a capa do dossiê, tem por objetivo evocar os protestos contra o Marco Temporal, uma tese que defende que os povos indígenas somente podem reivindicar os territórios em que estavam na data de 5 de outubro de 1988, dia da promulgação da Constituição Federal. A tese não leva em consideração os processos de expulsão dos povos e invasões aos territórios, que datam de cinco séculos atrás. Voltando a ser votada em junho deste ano e na eminência de ser julgada antes do final do ano de 2023; por conseguinte, mesmo vencido o bolsonarismo no poder executivo, ele continua atuante no legislativo, demandando igual oposição das comunidades tradicionais e de seus aliados, na luta contra o genocídio. Os artigos que se articulam ao debate da capa, são os que abrem o dossiê. A seguir organizamos uma breve apresentação dos conteúdos que o formam.

Biografia do Autor

Ana Manoela Primo dos Santos Soares, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Pará (UFPA)

Doutoranda e Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Graduada em Licenciatura em Ciências Sociais (UFPA).

Ravena Araujo Paiva , Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Pará (UFPA)

Doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Pará (PPGSA-UFPA), mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGS-UFRGS) e graduada em Ciências Humanas pela Universidade Federal do Maranhão.

 

Tadeu Lopes Machado, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Doutor em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFPA, professor da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), vinculado ao Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLII/UNIFAP) e ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UNIFAP). E-mail: tadeu@unifap.br

 

David Junior de Souza Silva, Universidade Federal do Amapá - UNIFAP

Professor da Universidade Federal do Amapá vinculado ao Departamento de Filosofia e Ciências Humanas e ao Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Ensino de História - PROFHISTÓRIA/UNIFAP. Doutor em Geografia (UFG).

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Publicado

2023-08-18

Como Citar

Primo dos Santos Soares, A. M. ., Araujo Paiva , R. ., Lopes Machado, T. ., & de Souza Silva, D. J. (2023). Editorial. Das Amazônias, 6(01), 08–15. https://doi.org/10.29327/268903.6.1-1