ENTRE INVENÇÕES E REPRESENTAÇÕES:
A AMAZÔNIA CONCEBIDA PELAS NARRATIVAS
Resumo
Este trabalho tem o objetivo de dialogar com autores que se propuseram a repensar os escritos amazônicos, mediante uma perspectiva de desconstrução de concepções que narraram a região enquanto exótica, atrasada e primitiva, repensando as estruturas de dominação, baseada em uma definição de uma Amazônia inventada, a partir de parâmetros que articularam elementos identitários, exercendo uma autoridade sobre ela e sobre os povos que nela habitam. Utilizamos Gondim (2007) em suas reflexões sobre uma invenção da Amazônia, iniciada a partir do processo de colonização, problematizando as categorizações de Cunha (1999) pela sua apresentação da região como um vazio demográfico, terra sem história e demais definições que também ressaltamos em Batista (2006), ambos constituindo uma narrativa de inferioridade em comparação ao que estava determinado enquanto modelo de “civilização”. Em Certeau (1982) utilizamos percursos teóricos em torno das construções de representações que se estabelecem como uma produção do real, assim como as produções discursivas que produzem seus domínios sobre o outro, que aparece narrado e determinado a partir de uma referência de sociedade. Para a proposta de desconstrução dessas narrativas, dialogamos com Albuquerque Júnior (2012) pelas suas contribuições em torno das construções de estereótipos em torno de grupos e regiões, ressaltando os efeitos dessas construções, assim como também as perspectivas articuladas por Albuquerque (2016), em uma proposta de rompimento com sentidos e representações que buscam homogeneizar o território amazônico como um conceito natural.
PALAVRAS-CHAVE: Amazônia. Narrativa. Representação.