Narrativas de si
uma interpretação das várias identidades do conde Olaf, na obra Desventuras em série
DOI:
https://doi.org/10.29327/210932.11.1-9Palavras-chave:
Identidade Narrativa. Intriga. Identidade Líquida.Resumo
Objetivo deste trabalho é compreender como ocorrem as criações de identidades desenvolvidas pelo personagem Conde Olaf, na obra Desventuras em Série. Tomamos como corpus a adaptação em formato de série, na Netflix. A escolha dessa obra foi feita porque a mesma possui um personagem que, durante as três temporadas da série, desenvolve várias identidades, adotando perspectivas distintas mediante atos específicos. No eixo teórico, utiliza-se de conceitos de Paul Ricoeur (1991), que delineou as lides de Identidade Narrativa; por Zygmunt Bauman (2001), de Identidade Líquida; e os de Suzi Frankl Sperber (2009), de Pulsão de Ficção. Buscamos compreender como as identidades fluidas de Olaf podem ser matizadas para além do simples disfarce, pois essas não se tratam somente de emprego de indumentárias e acessórios, porém de uma nova essência, de um devir balizado pela intriga da narrativa.
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