O bamburrar do ouro linguístico

o universo semântico-lexical das lexias "bamburrado e brefado” em Peixoto de Azevedo-MT

Autores/as

Palabras clave:

Sociolinguística Variacionista. Variação linguística semântico-lexical. Peixoto de Azevedo -MT. Comunidades garimpeiras. Garimpeiros.

Resumen

O presente artigo representa uma prévia do projeto de pesquisa em andamento para a tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística, UNEMAT-Cáceres/MT, sob a linha de pesquisa “Estudos de Processos de Variação e Mudança”, e desenvolvido na disciplina de Tópicos em Sociolinguística. O objetivo do artigo é analisar, sob o aporte teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista, duas lexias muito comuns no município de Peixoto de Azevedo-MT: “bamburrado e brefado”, uma vez que o léxico é considerado como recurso de expressão e interação social, pois é no dinamismo do processo de comunicação que os sujeitos criam, recriam e incorporam o vocabulário de sua língua. Então, para o desenvolvimento da pesquisa amparamos no suporte teórico-metodológico de Biderman (1981), Cristianini (2007), Philippsen (2012), entre outros.  Para a constituição do corpus, adotamos os procedimentos metodológicos fornecidos pela Teoria da Variação e Mudança Linguística propostos por Labov (1972) e Milroy (1987, 1992). Foi levado em conta o contexto social e a fala espontânea de três sujeitos com a variação diageracional e diagenérica para nos apresentar o sentido semântico das lexias pesquisadas. Diante das reflexões, a importância desta pesquisa recai em contribuir para um novo olhar sobre a variedade linguística de garimpeiros, em comunidades garimpeiras de Peixoto de Azevedo, a fim de valorizá-la, não só entre os estudiosos da linguagem, mas também entre o público em geral, visando promover o conhecimento da riqueza linguística que integra o universo linguístico desse grupo delimitado. Pelo viés da reflexão, este estudo mostra a diferença do sentido semântico lexical das duas lexias apresentadas das demais pesquisas já realizadas em outros locais de regiões garimpeiras.

Biografía del autor/a

Nailde Fernandes Medeiros, Universidade do Estado do Mato Grosso, Mato Grosso - Brasil

Professora aposentada da Educação Básica do município de Sinop MT. Mestrado em Letras / PPGLetras Unemat campus de Sinop. Doutoranda em Linguística PPGL Unemat/ Cáceres. Linha de Pesquisa: Estudos da Significação e mudança.

Neusa Inês Philippsen, Universidade do Estado de Mato Grosso, Faculdade de Ciências Humanas e Linguagem, Mato Grosso - Brasil

Possui doutorado em Letras pela Universidade de São Paulo - USP (2013) e pós-doutorado pela Universität Augsburg - Alemanha (2022). Atualmente é professora dos programas de pós-graduação stricto sensu do Mestrado Acadêmico em Letras (PPGLetras) e do PROFLETRAS, na UNEMAT/Sinop.

Citas

AULETE DIGITAL. Dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Disponível em: http: //www.auletedigital.com.br/. Acessado em mar. de 2024.

BERTOLDO, Sandra Regina Franciscatto. Investigação dialetológica no distrito de Nossa Senhora da Guia: análise semântico-lexical de bamburro, tacuru e bateia. Tese de Doutorado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012.

BIDERMAN, Maria Tereza Camargo. Léxico e vocabulário fundamental. Alfa, São Paulo, v.40, p.27-46, 2001.

CARDOSO, Suzana Alice Marcelino da Silva. Geolinguística: tradição e modernidade. São Paulo. Parábola Editorial. 2010.

CRISTIANINI, Adriana Cristina. Atlas semântico-lexical da região do grande ABC. USP. São Paulo, 2007. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-28012008-115533/pt-br.php Acesso em: 17 de set. de 2023.

ECKERT, Cornélia. Memória e Identidade: Ritmos e ressonâncias da duração de uma comunidade de trabalho: mineiros do carvão. Porto Alegre: UFRGS, 1993.

FARIA, Antonia de Brito; CARVALHO, Luana Rodrigues de. Análise do Avanço da Urbanização na Cidade de Peixoto de Pzevedo – MT. XIX Encontro Nacional de Geógrafos – Pensar e fazer Geografia no século XXI: Escalas, conflitos socioespaciais e crise estrutural, na nova Geopolítica Mundial. João Pessoa: UFPB, 2018.

FARACO. Carlos Alberto. Linguística histórica: uma introdução ao estudo da história das línguas. São Paulo. Parábola Editorial. 2005.

FONSECA, Gladson Paulo Milhomens. Cavalo Do Vingador: Ethos Da Garimpagem Na Fronteira Da Amazônia Franco-Brasileira – Uma Análise Sociológica Em Oiapoque. Tese de Doutorado em Sociologia. João Pessoa, PB: 2020. Universidade Federal da Paraíba.

GENHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Orgs. Métodos da Pesquisa. UFRGS – Porto Alegre, RS: Editora da UFRGS, 2009.

LABOV, William. Padrões Sociolinguísticos. Tradução: Marcos Bagno, Maria Pereira Scherre, Caroline Rodrigues Cardoso. São Paulo, Parábola Editorial, 2008.

LIMA, Marina Souza. De picadas, lotes, cutiões e precisão: sociabilidade e modos de habitar no Projeto de Assentamento Ajarani, RR. Dissertação de Mestrado. Campinas, SP: [s.n.], 2018.

MARGOTTI, Felício Wessling. Abordagem empiricista em trabalhos de variação sociolinguística. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 4, n. 1, p. 149-166, jul./dez. 2003

MATORÉ, G. La méthode en lexicologie: domaine français. Paris: Didier, 1953. [2. ed. ampl., 1973]

MILROY, Lesley e MILROY. Social networks and social class: Toward an integrated sociolinguistic model. Language in Society 21, I - 26. Cambridge University Press, 1992.

PHILIPPSEN, Neusa Inês. O falar norte mato-grossense: apontamentos sócio-semântico-lexicais sobre a lexia bamburrou. Acta Semiótica et Linguística, v. 17, p. 159-173, 2012.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Científica: projeto de pesquisas, TGI. 2002.

TARALLO, Fernando. A pesquisa sociolinguística. 8. Ed. - São Paulo: Ática, 2007.

SANGHI, Simone da Fonseca. Pertencer ao espaço comunitário: o desafio da auto-eco-organização de famílias moradoras do Campo da Tuca. Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Faculdade de Serviço Social Programa de Pós-Graduação em Serviço Social – 2007.

SANTIAGO-ALMEIDA, Manoel Mourivaldo. Para a história do português brasileiro: lote cuiabano. In: Cox, Maria Inês Pagliarin; SANTIAGO-ALMEIDA, Manoel Mourivaldo. (Org.). Vozes cuiabanas: estudos linguísticos em Mato Grosso. Cuiabá: Cathedral, 2005.

SILVA, Fabiane Constantino et al. Seminário Científico e Cultural da AJES – Faculdade do Norte do MT. História do Garimpo no Município de Peixoto de Azevedo – MT. 2018. www.ajes.edu.br acesso em 23-10-2023.

SILVA, Sonilda Aparecida de Fátima. Campos Verdes: memória, história e saberes. 2006. 125 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão do Patrimônio Cultural) – Universidade Católica de Goiás. Goiânia, 2006.

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Musztak.. Metodologia da Pesquisa de Elaboração de Dissertação. 3 ed. Ver. Atual. Florianópolis, SC: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.

SOUZA, Laura de Melo. Desclassificados do ouro. Rio de Janeiro: Graal, 1986.

Publicado

2024-07-30

Cómo citar

Medeiros, N. F. ., & Philippsen, N. I. . (2024). O bamburrar do ouro linguístico: o universo semântico-lexical das lexias "bamburrado e brefado” em Peixoto de Azevedo-MT . Muiraquitã: Revista De Letras E Humanidades, 12(1). Recuperado a partir de https://periodicos.ufac.br/index.php/mui/article/view/7596

Artículos más leídos del mismo autor/a