A narrativa diaspórica de Orlanda Amarílis sob a perspectiva bakhtiniana

Autores/as

  • Adriana Garcia Araújo Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Linguagens, Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens, Mato Grosso - Brasil
  • Jozanes Assunção Nunes Universidade Federal de Mato Grosso, Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem, Mato Grosso - Brasil https://orcid.org/0000-0002-4299-4037

DOI:

https://doi.org/10.29327/266889.11.2-13

Palabras clave:

Orlanda Amarílis. Literatura afro-lusófona. Diáspora. Cronotopo.

Resumen

Este artigo apresenta três livros de contos afro-lusófonos: Cais-do-Sodré té Salamansa (1974), Ilhéu dos pássaros (1982) e A casa dos mastros (1989), de Orlanda Amarílis (1924-2014), aprofundando na análise do conto Cais-do-Sodré, verificando como se dá a relação de construção de identidades em situação diaspórica, diáspora esta que é um tema recorrente nas obras de Amarílis. Com fundamentação teórica na Teoria do Romance, de Bakhtin (2014), nos estudos de Hall (2003), Brah (2011), Bauman (2017) e Kristeva (1994), pretende-se entender como ocorre o processo migratório e os dilemas identitários. O resultado do processo migratório e a vivência da diáspora é uma identidade influenciada pelas mudanças e diferenças culturais e sociais. Embora as obras da escritora tenham traduções em diversos países, ainda são insípidos os estudos sobre sua produção literária, justificando este trabalho, pois se trata de uma escritora mulher, africana e subalterna.

Biografía del autor/a

Adriana Garcia Araújo, Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Linguagens, Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens, Mato Grosso - Brasil

Doutoranda e Mestra (2021) em Estudos Literários pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Professora interina na SEDUC - MT (Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso). Integrante do grupo de pesquisa Diálogos Literários: Brasil e África lusófona - DLBAL.

Jozanes Assunção Nunes, Universidade Federal de Mato Grosso, Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem, Mato Grosso - Brasil

Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP, com estágio de doutorado na Universidade Nova de Lisboa – Portugal. É Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem - PPGEL/UFMT e líder do Grupo de Pesquisa DLBAL/UFMT.

Citas

ACADEMIA CABO-VERDIANA DE LETRAS. Membros. Disponível em:http://acl.cv/membros/membros. Acesso em: 29 de mai. 2022.

AMARÍLIS, O. Cais-do-Sodré té Salamansa. Linda-a-velha: ALAC, 1974.

AMARÍLIS, O. Ilhéu dos pássaros. Lisboa: Plátano, 1982.

AMARÍLIS, O. A casa dos mastros. Lisboa: Plátano, 1989.

AMORIN, M. Cronotopo e exotopia. In: BRAIT, B. (org). Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2006. p. 95-114.

BAKHTIN, M. Para uma filosofia do ato responsável. Trad. Valdemir Miotello e Carlos Alberto Faraco. 2. ed. São Carlos: Pedro e João Editores, 2010. p. 41-146 [1920-24].

BAKHTIN, M. O autor e a personagem na atividade estética. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução de P. Bezerra. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011. p. 03-192 [1920/1922].

BAKHTIN, M. O discurso no romance. In: BAKHTIN, M. Questões de Literatura e de Estética: a teoria do romance. Trad. Aurora Fornoni Bernardini. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 2014a. p. 71-210 [1934-1935].

BAKHTIN, M. Observações finais. In: BAKHTIN, M. Questões de Literatura e de Estética: a teoria do romance. Trad. Aurora Fornoni Bernardini. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 2014b. p. 349-362 [1973].

BAUMAN, Z. Estranhos à nossa porta. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2017.

BRAH, A. Cartografías de la diáspora: identidades em cuestión. Madrid: Traficantes de Sueños, 2011.

BRITO-SEMEDO, M. Amarílis, A Menina da Certeza. Expresso das Ilhas. Cabo Verde: mar. de 2019. Disponível em: expressodasilhas.cv/cultura/2019/03/20/porto-memoria-orlanda-amarilis-a-menina-da-certeza/62818. Acesso em: 30 de mai. 2022.

CABRAL, A. Boletim de Propaganda e Informação, Ano III, nº 28, Praia, 1/1/52, republicados em Amílcar Cabral – Obras Escolhidas, V. I, Lisboa: Seara Nova, 1978. p. 25-29.

DIMAS, A. Rumo aos conceitos. In: DIMAS, A. Espaço e Romance. 1. ed. São Paulo: Ática, 1985. p. 19-32.

FERREIRA, M. Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa. São Paulo: Ática, 1987.

FERREIRA, M. Nota introdutória. In: A casa dos mastros. Lisboa: Plátano, 1989, p. 7-8.

HALL, S. Da diáspora: Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

KRISTEVA, J. Estrangeiros para nós mesmos. Trad. Maria Carlota Carvalho Gomes. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

LARANJEIRA, P. Prefácio. In: A casa dos mastros. Lisboa: Plátano, 1989, p. 9-11.

LOPES, N. Enciclopédia brasileira da diáspora africana [recurso eletrônico]. 4. ed. São Paulo: Selo Negro, 2011.

MACHADO, I. Gêneros Discursivos. In: BRAIT, B. (org). Bakhtin: conceitos-chave. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 151-166.

MOITA LOPES, L. P. (Org.). Discursos de identidades: discurso como espaço de construção de gênero, sexualidade, raça, idade e profissão na escola e na família. Campinas: Mercado de Letras, 2003.

SANTILLI, M. A. Africanidade: Contornos Literários. São Paulo: Ática, 1985.

SOBRAL, A. Filosofias (e filosofia) em Bakhtin. In: BRAIT, B. (org). Bakhtin: conceitos-chave. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 123-150.

TUTIKIAN, J. Por uma Pasárgada caboverdeana. Porto Alegre: Letras de Hoje, v. 43, n. 4, 2008. p. 42-52.

TUTIKIAN, J. Inquietos olhares: a construção do processo de identidade nacional nas obras de Lídia Jorge e Orlanda Amarílis / Jane Tutikian. São Paulo: Arte & Ciência, 1999.

Publicado

2023-12-24

Cómo citar

Araújo, A. G., & Nunes, J. A. (2023). A narrativa diaspórica de Orlanda Amarílis sob a perspectiva bakhtiniana. Muiraquitã: Revista De Letras E Humanidades, 11(2). https://doi.org/10.29327/266889.11.2-13