VITRINES DA CIDADE MODERNA: ESPAÇOS E SOCIABILIDADE NO PAISAGISMO DO PASSEIO PÚBLICO
Keywords:
Modernidade, cidade, literaturaAbstract
A modernidade, a revolução e a industrialização não se refletiram somente nas máquinas e arquitetura. A natureza, antes vista como um empecilho ao desenvolvimento volta a ter papel de destaque na cena urbana e passa a representar o progresso do homem, que molda e planeja o ambiente ao seu redor a fim de uma melhor qualidade de vida e no caso do Brasil, também, acompanhar o desenvolvimento das grandes metrópoles europeias, com seus grandes jardins e parques, símbolos do planejamento urbano e do ideal de beleza. O primeiro grande passo para a concepção de uma imagem funcional de desenvolvimento urbanístico e estético no Brasil foi a construção do Passeio Público do Rio de Janeiro, na época capital da colônia. Acompanhando o traçado europeu, o passeio modificou a vida do carioca, promovendo mais interação e dinamismo no lazer da população, até então muito limitado ao ambiente familiar e religioso. A construção desse espaço injetou, mesmo que timidamente, o gosto do progresso na cidade e instaurou uma sociabilidade maior entre os habitantes da cidade.
O objetivo geral desse trabalho foi destacar a importância que o passeio público (primeiro jardim público do Brasil) teve na sociabilidade da Cidade do Rio de Janeiro e como ele influenciou os processos de revitalização e urbanização que se seguiram, além de mostrar a importância do paisagismo na concepção de espaços e como o planejamento adequado transforma uma cidade. Como objetivos específicos, mostramos como esse espaço livre público aparece na literatura do século XIX, em especial, em textos de Joaquim Manuel de Macedo e José de Alencar.
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