VITRINES DA CIDADE MODERNA: ESPAÇOS E SOCIABILIDADE NO PAISAGISMO DO PASSEIO PÚBLICO
Palavras-chave:
Modernidade, cidade, literaturaResumo
A modernidade, a revolução e a industrialização não se refletiram somente nas máquinas e arquitetura. A natureza, antes vista como um empecilho ao desenvolvimento volta a ter papel de destaque na cena urbana e passa a representar o progresso do homem, que molda e planeja o ambiente ao seu redor a fim de uma melhor qualidade de vida e no caso do Brasil, também, acompanhar o desenvolvimento das grandes metrópoles europeias, com seus grandes jardins e parques, símbolos do planejamento urbano e do ideal de beleza. O primeiro grande passo para a concepção de uma imagem funcional de desenvolvimento urbanístico e estético no Brasil foi a construção do Passeio Público do Rio de Janeiro, na época capital da colônia. Acompanhando o traçado europeu, o passeio modificou a vida do carioca, promovendo mais interação e dinamismo no lazer da população, até então muito limitado ao ambiente familiar e religioso. A construção desse espaço injetou, mesmo que timidamente, o gosto do progresso na cidade e instaurou uma sociabilidade maior entre os habitantes da cidade.
O objetivo geral desse trabalho foi destacar a importância que o passeio público (primeiro jardim público do Brasil) teve na sociabilidade da Cidade do Rio de Janeiro e como ele influenciou os processos de revitalização e urbanização que se seguiram, além de mostrar a importância do paisagismo na concepção de espaços e como o planejamento adequado transforma uma cidade. Como objetivos específicos, mostramos como esse espaço livre público aparece na literatura do século XIX, em especial, em textos de Joaquim Manuel de Macedo e José de Alencar.
Referências
ALENCAR, José de. Páginas menores. Ao correr da pena. In: Correio Mercantil, e Instructivo, Politico, Universal (RJ). Edição 298, domingo 29 de outubro de 1854. Fonte: Acervo da FBN. Cód.: TRB00276.0171, p. 1.
______. A pata da gazela. Texto digitalizado pela Fundação Biblioteca Nacional. Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 12/12/2017.
______. A viuvinha. Texto digitalizado pela Fundação Biblioteca Nacional. Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 13/12/2017.
BERMAN, Marshall. Tudo o que é sólido desmancha no ar. A aventura da modernidade. Tradução: Carlos Felipe Moisés et. al. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
CAVALCANTI, Nireu. O Rio de Janeiro setecentista: a vida e a construção da cidade da invasão francesa até a chegada da Corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
MACEDO, Joaquim M. de. A luneta mágica. Texto digitalizado pela Fundação Biblioteca Nacional. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 20/12/2017.
______. Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro. Ed. rev. e anotada. Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicação, 2005. Disponível em http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/1100. Acesso em 26/12/2017.
______. O moço loiro. Texto digitalizado pela Fundação Biblioteca Nacional. Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 20/12/2017.
SANTUCCI, Jane. O passeio público no século XX: “novos” sujeitos, usos e atribuições. Leituras paisagísticas: Teoria e práxis (1): (Re)construindo a paisagem do Passeio Público, historiografia e práticas projetuais. Rio de Janeiro: EBA/UFRJ, 2006.
SEGAWA, Hugo. Ao amor do público: jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP, 1996.
______. Entrevista. Boletim Mais Passeio. Ano 2, n. 13, 2003, p. 1-2. Disponível em http://www.passeiopublico.com/htm/sec21-04.asp Acesso em: 20/12/2017.