DISCUTINDO IDENTIDADES: O EU E O OUTRO E A CRISE DA RACIONALIDADE CONTEMPORÂNEA
Palavras-chave:
Identidade, Indústria Cultural, Teoria Crítica.Resumo
Resumo:
Este artigo se propõe apresentar os deslocamentos históricos do conceito de identidade, examinando-o segundo a perspectiva das mudanças empreendidas no mundo globalizado, cuja lógica é definida em função da utilização dos desenvolvimentos tecnológicos presentes nas sociedades avançadas. O fluxo frenético de dados que circulam em redor do mundo instala uma sensação de desorientação quanto ao tempo e aos espaços em que se vive e até mesmo quanto as singularidades de classe e gênero. Essas matrizes, que antes definiam o sujeito e o seu lugar no mundo foram relegadas ao local da dúvida, desvanecendo, assim, os projetos vinculados à pretensão à identidade. A circulação e legitimação da sensibilidade atual é antecipada por Adorno em seu diagnóstico do capitalismo tardio (1985) como sendo resultado da adesão aos produtos oferecidos pela indústria cultural, que confere a tudo um ar de semelhança, fazendo vigorar uma homogeneização do gosto, tendo como consequência a celebrada ética do consumo em vez de uma autonomia crítica do sujeito, cuja identidade evapora-se e se afoga na profunda crise da racionalidade contemporânea, que se manifesta por meio da barbárie, que é a regressão da humanidade no tecido civilizatório.
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