“INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR”
A DITADURA CIVIL-MILITAR (1964-1985) RESSIGNIFICANDO A COLONIALIDADE
Resumo
Analisar as heranças coloniais no discurso da ditadura civil-militar, entre 1964 a 1985, como práticas construtoras da geo-política, leva à compreensão da atual situação de cataclismo ambiental em que se encontra a região amazônica brasileira, especialmente o Estado do Acre. Identificando o “autoritarismo que transcende o período autoritário”, conforme declarou o antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida, no debate “Amazônia contra o autoritarismo – 50 anos depois”, este artigo propõe compreender as violentas permanências e a absoluta falta de visão socioambiental ao tratar do desenvolvimento econômico da região através da análise dos discursos, tanto do imaginário dos navegantes e jesuítas do tempo colonial quanto dos propagandistas da ditadura militar, e das similaridades ideológicas contidas na intenção de ocupar e desenvolver a região, associada ao isolamento e vulnerabilidade ainda nos dias atuais.
PALAVRAS-CHAVE: Ditadura; Amazônia; Desenvolvimentismo.