ESTUDOS CULTURAIS E LITERATURA ORAL do planejamento à transcrição, textualização e transcriação

Autores

  • Reginâmio Bonifácio de Lima Universidade Federal do Acre

Resumo

A narrativa das memórias pode se dar de diversas formas, inclusive de trajetórias de vida ou de literatura oral. A fala, o texto transcrito e a escrita transcriada despertam paixão e interesse não só pela sua repercussão cotidiana, mas pela diversidade, diferença e linguagem utilizadas que levam os interlocutores às ideias e diálogos. Levam a possibilidades.

As entrevistas coletadas passaram por três etapas iniciais: a) a transcrição que é a primeira versão escrita dos depoimentos, nela se busca reproduzir fielmente tudo o que foi dito sem recortes ou acréscimos; b) a textualização na qual se omite o entrevistador e se afere ao narrador a titularidade das narrativas; c) a transcriação em que o texto é recriado a ponto de ser coerente e fazer sentido para o leitor que não teve acesso ao diálogo inicial.

As identidades estão sempre em curso, é na relação tempo/espaço que se tensiona a memória que almeja conhecer as referências fundamentais do passado. Os entrevistados narram os acontecimentos que perpassam de forma transcendente aquilo que se apresenta de forma mais imediata em suas vidas, ora por aspectos comuns, ora por experiências do cotidiano.

O Ato transcriativo e a ação transcriadora são produzidos a partir das memórias dos sujeitos lembrantes que atuaram produzindo reminiscências e reproduzindo trajetórias de vida. O trabalho com fontes orais deve ser reflexivo, ponderando os fatos e se propondo a interferir na transformação social.

A partir dos depoimentos gravados, transcritos, textualizados e transcriados, acreditamos ser possível conhecer a visão que os entrevistados têm de suas próprias trajetórias de vida, em consonância e/ou dissonância com a temática estabelecida para abordagem.

 

Palavras-chave: literatura oral, transcrição, textualização, transcriação.

Biografia do Autor

Reginâmio Bonifácio de Lima, Universidade Federal do Acre

Professo EBTT de História no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Acre. Coordenador do Grupo de Pesquisa Sobre Terras e Gentes. Membro da Academia Acreana de Letras.

Referências

BOSI, E. Memória e sociedade. São Paulo: T.A. Queiroz. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987.

BARTHES, Roland. O prazer do texto. Perspectiva, São Paulo, 1975.

DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. Memória, História e Sujeito: Substratos da identidade. In: História Oral: Revista da Associação Brasileira de História Oral. N.3, jun. 2000. – São Paulo: Associação Brasileira de História Oral. p 22.

MEIHY, José Carlos Sebe Bom. História e memória ou simplesmente história oral? Anais do Encontro de História e Documentação Oral. 5-11, UnB, Brasília, 1993.

MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de história oral. São Paulo: Loyola, 1996.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.

MONTENEGRO, Antonio. História oral e memória – a cultura popular revisitada. São Paulo: Contexto, 2010.

CALDAS, Alberto Lins. Interpretação e realidade. Caderno de Criação, UFRO. Dep. de História/CEI, n.º 13, ano IV, Porto Velho, setembro, 1997.

BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

MONTENEGRO, Antonio. História, metodologia, memória. São Paulo: Contexto, 2010.

CALDAS, Alberto Lins. Seis ensaios de história oral. Caderno de Criação, UFRO/Centro de Hermenêutica do Presente, nº 15, ano V, p. 37/57, Porto Velho: junho, 1998.

THOMPSON, Paul (1935-). A voz do passado - história oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Tradução: Adelaide La Guardiã Resende... [et al]. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

ENNE, Ana Lúcia Silva. Memória e identidade social. Disponível em . Acesso em 12 de jan. de 2007.

FOUCAULT, Michel. Ordem do Discurso. São Paulo: Loyola, 1998.

Downloads

Publicado

2017-12-20

Como Citar

Lima, R. B. de. (2017). ESTUDOS CULTURAIS E LITERATURA ORAL do planejamento à transcrição, textualização e transcriação. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological, 4(2). Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/SAJEBTT/article/view/1054

Edição

Seção

Linguística, Letras e Artes

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)