A representação de mulheres na obra Rios e barrancos do Acre e Histórias de vida de dona Raimunda Alves

"dona da mata e dona de casa" luta e trabalho feminino na Amazônia acreana

Autores/as

  • Joely Coelho Santiago Universidade Federal do Acre, Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidade, Acre - Brasil https://orcid.org/0000-0003-4648-8665
  • Manoel Messias Feitosa Soares Universidade Federal do Acre, Centro de Educação, Letras e Artes, Acre - Brasil https://orcid.org/0000-0002-1024-2455
  • Fernando Simplício dos Santos Universidade Federal de Rondônia, Mestrado Acadêmico em Estudos Literários, Rondônia – Brasil; Universidade Federal do Acre, Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidade, Acre – Brasil https://orcid.org/0000-0002-7853-5713

Palabras clave:

Rios e Barrancos do Acre. Representação de mulheres. Cidade e seringal. Trabalhadoras e vítimas. Experiência social feminina.

Resumen

Nas águas e florestas das Amazônias acreana (sobre)vivem mulheres que mantêm intensos intercâmbios e negociações de valores, conhecimentos no cuidado de Si e dos Outros. Dito isso, este estudo tem como objetivo analisar as representações sobre as mulheres, a partir da obra Rios e Barrancos do Acre, de Mário Maia e da história de vida de dona Raimunda Alves Feitosa, refletir sobrea constituição do trabalho das mulheres, suas atividades laborais, sociais e culturais nas cidades e na Floresta/Mata, categorizadas como ajudantes, companheiras, parteiras, prostitutas, objetos de prazer dos homens. Contudo, agentes ativas na construção memorialística, social e política da região. "Dona da Mata e dona de Casa". Neste momento com 92 anos de idade, mãe de doze filhos, a entrevistada nasceu e trabalhou em seringais da atual Mesorregião Vale do Juruá-Acre. História de vida que representa um legado de mulheres em diversas formas de trabalho em espaços dos seringais e nas cidades, entretanto invisibilizadas e silenciadas pela historiografia oficial, presentificado em livros, jornais, documentos históricos, do mesmo modo, em obras literárias de autoria masculina e feminina, como Rios e Barrancos do Acre, ao enfatizar as representações dessas mulheres de forma submissa ao poder masculino e em lugares de prostituição, bares onde provocam brigas e arruaças. Nessa perspectiva, este estudo é de caráter qualitativo, de cunho bibliográfico e trajetória de vida, e, portanto, dessa forma, as análises foram fundamentadas pelos estudos de Albuquerque (2016/2019); Benchimol (1999); Evaristo (2020); Foucault (2014); Wolff (1999), dentre outros autores/as.

Biografía del autor/a

Joely Coelho Santiago, Universidade Federal do Acre, Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidade, Acre - Brasil

Doutoranda em Letras: Linguagem e Identidade (PPGLI/Ufac); Membra no Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da Universidade Federal do Acre (Neabi/Ufac); Membra no Programa de Extensão “Samaúma Vivificante: o bem viver e a educação feminina de(s)colonial”. Bolsista Capes/Brasil.

Manoel Messias Feitosa Soares, Universidade Federal do Acre, Centro de Educação, Letras e Artes, Acre - Brasil

Doutorando do Programa de Pós-Grad. em Letras: Linguagem e Identidade da Univ. Fed. do Ac. (PPGLI). Mestre em Letras Linguagem e Identidade (2018). Graduado em Hist. (2009). Prof. Med. da Ed. Esp. (SEME) Rio Branco/Ac. Experiência em mediação de alunos(as), com TEA, TOD, DTAH, DI e Síndrome de Down.

Fernando Simplício dos Santos, Universidade Federal de Rondônia, Mestrado Acadêmico em Estudos Literários, Rondônia – Brasil; Universidade Federal do Acre, Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidade, Acre – Brasil

Fernando Simplício dos Santos é professor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), vinculado ao Mestrado Acadêmico em Estudos Literários (PPGMEL). Atualmente, também colabora com o Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidade (PPGLI), da Universidade Federal do Acre (UFAC).

Citas

ALBUQUERQUE, Gerson Rodrigues. Amazonialismo. In.: Uwakürü: dicionário analítico / Organizado por: Gerson Rodrigues de Albuquerque, Agenor Sarraf Pacheco. – Rio Branco: Nepan Editora, 2016.

BENCHIMOL, Samuel. Amazônia: formação social e cultural. Manaus: Editora Valer / Editora da Universidade do Amazonas, 1999.

Delgado, L. de A. N. (2009). História oral e narrativa: tempo, memória e identidades. História Oral, 6. https://doi.org/10.51880/ho.v6i0.62. Disponível em: https://revista.historiaoral.org.br/index.php/rho/article/view/62/54. Acessado em: 15 de jan. 2024.

EVARISTO, Conceição. A escrevivência e seus subtextos. DUARTE, Constância Lima; NUNES, Isabella Rosado (Orgs). Escrevivência: a escrita de nós; reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. Rio de Janeiro : Mina Comunicação e Arte, 2020.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão; tradução de Raquel Ramalhete. 42. Ed. Petrópolis, RJ : Vozes, 2014.

MAIA, Mário. Rios e Barrancos do Acre. 2ª Ed. Niterói, 1968.

SOUZA, João José Veras de. Seringalismo. Uwakürü: dicionário analítico / Organizado por: Gerson Rodrigues de Albuquerque, Agenor Sarraf Pacheco. – Rio Branco: Nepan Editora, 2016.

TORRES, Iraildes Caldas. O trabalho das agricultoras da Amazônia: um olhar para os direitos humanos. In: Revista Saberes da Amazônia: Ciências Jurídicas, Humanas e Sociais. Vol. 4. n.9 Julho-Dezembro, p. 115-132, 2019.

WOLFF, Cristina Scheibe. Marias, Franciscas e Raimundas: uma história das mulheres da floresta Alto Juruá, Acre 1870-1945.Tese de Doutorado, Programa de Pós Graduação em História Social da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

Fonte oral

FEITOSA, Raimunda Alves. Dona da Mata e dona de Casa.Entrevista concedia a Joely Coelho Santiago. Rio Branco-AC, 28 de abril de 2024.

Publicado

2024-07-30

Cómo citar

Santiago, J. C. ., Soares, M. M. F., & Santos, F. S. dos . (2024). A representação de mulheres na obra Rios e barrancos do Acre e Histórias de vida de dona Raimunda Alves: "dona da mata e dona de casa" luta e trabalho feminino na Amazônia acreana. Muiraquitã: Revista De Letras E Humanidades, 12(1). Recuperado a partir de https://periodicos.ufac.br/index.php/mui/article/view/7617