A DENSIDADE POÉTICA DA MARGEM
O LUGAR DE ONDE OS BRÔ MC´S EMITEM A SUA VOZ, O SEU CANTO
DOI:
https://doi.org/10.29327/216344.5.2-9Palavras-chave:
Densidade poética. Margem. Linguagem. Práticas culturais. Experiência.Resumo
Brô MC´s são protagonistas do primeiro grupo de rap indígena do Brasil. Seu lócus de enunciação situa-se entre as aldeias Jaguapiru e Bororó, no município de Dourados (MS), onde vivem com outras 15 mil pessoas. Esta comunicação propõe-se discutir a densidade poética da Margem, o lugar de existência desses seres humanos, que apesar de um discurso que os produz como corpos racializados, performatizam uma lógica outra, que vai de encontro com o mundo ocidentalizado. Para tanto, nos justificamos a partir da perspectiva teórica pós-colonial, que se insere no âmbito dos Estudos Culturais e outras abordagens correlatas, tais como os estudos de Jorge Larrosa, “Tremores. Escritos sobre a experiência” (2016); Édouard Glissant, “Introdução a uma Poética da Diversidade” (2005); Homi Bhabha, “O Local da Cultura” (1998). O ponto de partida é articular interpretações com base nesses referenciais com a música “Eju Orendive”, do rap indígena dos BRÔ MC´s.
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