As proporções ímpares do hiper-realismo existencialista de Ron Mueck
Resumo
Este artigo tenta compreender a obra do escultor Ron Mueck (Melbourne, 1958) pela via do existencialismo de Jean-Paul Sartre (Paris, 1905 – Paris, 1980), abrindo espaço para questionar acerca de como a Arte pode lidar com os questionamentos do nosso mundo de hoje. Busca-se, aqui, desvendar as possíveis significações culturais que a escultura atual com foco extremamente humano pode nos trazer, adensando o debate sobre os mecanismos de criação artística atual e oferecendo elementos à melhor compreensão do valor estético da escultura de cunho “existencialista”. Ainda, um ponto de grande valor crítico e que detectei na exposição de Ron Mueck no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro foi o jogo de proporções da qual se serve o artista para nos mostrar que suas esculturas não são seres humanos reais, mas uma mimésis da realidade interior do ser humano na atualidade.
Referências
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