PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DO EXTRATO ETANÓLICO DAS INFLORESCÊNCIAS E FOLHAS DE Amaranthus viridis L. (AMARANTHACEAE)
Abstract
A natureza é a maior fonte de inspiração para a ciência, que buscam na sua biodiversidade, meios alternativos para o aproveitamento de seus recursos naturais. E há muito tempo, os olhos do mundo estão voltados para a Floresta Amazônica tanto pela sua imensa biodiversidade e quanto pela sua tamanha importância no equilíbrio ecológico. Amaranthaceae trata-se de uma família cosmopolita com cerca de 2.360 espécies, sendo 145 delas encontradas no Brasil. Amaranthus viridis L. conhecida popularmente na Amazônia, como bredo, é uma planta medicinal muito utilizada contra afecções em geral. Além disso, as folhas são utilizadas em forma de cataplasma e chá e são recomendadas como preventivo no tratamento de problemas hepáticos e doenças crônicas como a Leishmaniose. Assim, este trabalho teve como objetivo identificar os metabólitos secundários no extrato etanólico das inflorescências e folhas de A. viridis. No Laboratório de Fitoquímica da Faculdade São Lucas, as inflorescência e folhas foram higienizados e separados de acordo com o seu estado vegetativo e, posteriormente foram, pesados e ainda frescos, colocados em estufa para secagem a 50ºC por 72 horas. Após esse período, os mesmos foram pesados novamente e triturados, logo após este processo o material foi embebido com o solvente etanol 95%, ficando por sete dias, em três repetições. Em seguida, o material foi filtrado e submetido ao processo de destilação simples, obtendo apenas o extrato bruto. Após isso, foram realizados testes fitoquímicos com o extrato das inflorescências e folhas baseados em precipitação e coloração dos extratos diluídos em solução e reativos específicos de alcaloides (Mayer, Wagner e Dragendorff), glicosídeos cardiotônicos (Salkowski, Kedde, Keller-Killiani e Liebermann-Burchard), cumarinas, flavonoides, taninos (condensados e hidrolisáveis) saponinas e triterpenos (Liebermann-Burchard e Salkowski). O teste fitoquímico realizado para constatação de metabólitos secundários das inflorescências e folhas de A. viridis exibiu resultados satisfatórios, dando-se a importância na predominância de alcaloides, que sobressaíram nos testes fitoquímicos. Conclui-se que a espécie estudada pode ser utilizada como matéria-prima devendo ser realizado o isolamento e identificação dos princípios ativos, bem como em ensaios biológicos in vitro e in vivo.
References
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. ARPA Biodiversidade. Programa Áreas protegidas da Amazô¬nia Arpa – Fase II. Brasília - DF, 2010.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Biodiversidade Brasileira Avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros. Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Brasília - DF, 2002.
FANK-DE-CARVALHO, S.M.; MARCHIORETTO, M.S.; BÁO, S.N. Anatomia foliar, morfologia e aspectos ecológicos das espécies da família Amaranthaceae da Reserva Particular do Patrimônio Natural Cara Preta, em Alto Paraíso, GO, Brasil. Biota Neotropical, v.10, n.4, p.77-86, 2010.
ROSA, C.; CÂMARA, S.G.; BÉRIA, J.U. Representações e intenção de uso da fitoterapia na atenção básica à saúde. Ciências & Saúde Coletiva, v, 16, n. 1, p. 311-318, 2011.
ANDRÉ, A.C.G.M.; DIAS, D.A.; PEREIRA, P.S.; ABREU, L.C.P.; FRANÇA, S.C. Estudo comparativo da produção de metabólitos secundários em cultura de células e na planta in natura de Gomphrena globosa (Amaranthaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v.13, p.22-24, 2003.
GONTIJO, C.M.F.; MELO, M.N. Leishmaniose Visceral no Brasil: quadro atual, desafios e perspectivas. Revista Brasileira de Epidemiologia, v.7, n.3, p.338-349, 2004.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana. Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília – DF, 2010.
RADI, P.A.; TERRONES, M.G.H. Metabólitos secundários de plantas medicinais. Revista Brasileira de Farmácia, v.20, n.2, p18-22,2007.
BERG, J.M.T.; LUBERT, J. Bioquímica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 545p. 2008.
SIMÕES, C.M.O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMAN, G.; MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P.R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Florianópolis: editora da UFSC, 1102p, 2007.
MATSUBARA, S.; RODRIGUES, D. Teores de catequinas e teaflavinas em chás comercializados no Brasil. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cta/v26n2/30189.pdf Acesso em: 10 set. 2008.
SILVA, A.M.M.; SILVA, A.R.; PINHEIRO, A.M.; FREITAS, S.R.V.B.; SILVA, V. D.A.; SOUZA, C.S.; VELOSO, E.S.; ELBACHÁ, R.S.; COSTA, M.F.D.; COSTA, S.L. Alkaloids from Prosopis juliflora leaves induceglial activation, cytotoxicity and stimulate production. Toxicon, v.49, p.601-614,2007.
BATTESTIN, V.; MATSUDA, L.; MACEDO, G. Fontes e aplicações de taninos e tanases em alimentos. Alimentos e Nutrição Araraquara, v.15, n.1, p.63-72, 2004.
HASSAN, E.M.; MOHAMMED, M.M.D.; MOHAMED, S.M. Two new phorbol-type diterpene esters from Synadenium grantii Hook f. leaves. Records of Natural Products, v.6, n.3, p.255-262, 2012.
LOGHKIN, A.V.; SCKANYAN, E.I. Natural coumarin: methods of isolation and analysis. Pharmacology Chemical, v. 40, n.2, p.337-346, 2006.