Sob o signo de aquário

o patrimônio marajoara em tempos de Belle Époque

Autores

  • Josiane Martins Melo Universidade Federal do Pará
  • Agenor Sarraf Pacheco Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.29327/216340.3.1-10

Palavras-chave:

Patrimônio, Belle Époque, Amazônia Marajoara

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar representações de patrimônios culturais da Amazônia Marajoara no período do boom da economia da borracha (1870 a 1912), especialmente, no que tange às edificações e mudanças nos espaços urbanos de municípios do Marajó dos Campos e do Marajó das Florestas. A questão problematizadora central procurou entender que patrimônios públicos foram produzidos no famoso período gomífero da Amazônia em cidades marajoaras. Para alcançar o entendimento dessa questão, a pesquisa procurou dialogar com dois grupos de materiais: a) estudiosos da temática da econômica da borracha, do patrimônio, da memória e da identidade; b) narrativas de cronistas, viajantes e jornalistas que registraram informações sobre o cotidiano urbano marajoara, com destaque para edificações, usos, sociabilidades e tensões, nas últimas décadas do século XIX e duas primeiras do século XX. Constata-se na pesquisa que o patrimônio marajoara possui características que vão além dos valores modernos, sendo composto, em tempos de Belle Époque, com base nas dinâmicas sociais, culturais e ambientais específicas da região.

Referências

BATES, H. W. A Grande Aventura de Bates. Extraído do Livro O naturalista no rio Amazonas. Tradução de Candido de Melo Leitão, revista e condensada por Mário Garcia de Paiva. Coleção documentos 8; Instituto Nacional do Livro, Brasília, 1973.

CAMPOS, I. D. Imprensa, divórcio e casamento civil em Belém (1890-1900). Revista Estudos Amazônicos. Volume V, n. 1, 2010, pp. 173-191.

CHARTIER, R. O mundo como Representação. Estudos Avançados, 05, n. 11. São Paulo, Jan/Abr, 1991.

CHOAY, F. A Alegoria do Patrimônio. Trad. Luciano Vieira Machado. 4ª ed. – São Paulo: Estação Liberdade: UNESP, 2006.

DIAS, E. M. A ilusão do Fausto- Manaus 1890-1920. Editora Valer, Manaus, 1999, pp. 11-30.

FIGUEIREDO, A. M. A Cidade dos Encantados: pajelanças, feitiçarias e religiões afro-brasileiras na Amazônia 1870-1950. Belém, EDUFPA, 2008, pp. 20-30.

FONSECA, M. C. L. O Patrimônio em Processo: trajetória da política federal de preservação no Brasil. 3. Ed. Rev. Ampl. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009.

GOELDI, E. Maravilhas da Natureza na Ilha de Marajó (rio amazonas) – conferência pelo Prof. Dr. Emilio a. Goeldi, na sociedade de geografia de berne (Suíça) em 29 de junho de 1899. (1) (p. 370- 399)

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 7. Ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora, Rio de Janeiro, 11. ed. 2006.

HALL, S. Pensando a diáspora: reflexões sobre a terra no exterior. In: Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Tradução Adelaine La Guardiã Resende... [et. al]. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003, pp. 25-50.

KELLNER, D. Por um estudo cultural, multicultural e multiperspectívico. In: A Cultura da Mídia: estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Tradução Ivone Castilho Benedetti. Bauru, SP: EDUSC, 2001, pp. 123-160.

LE GOFF, J. Documento/Monumento. In: História e memória. 5 Ed. Trad. Bernardo Leitão. Campinas, SP. Editora da UNICAMP, 2003, pp. 525-541

LACERDA, F. G. Migrantes Cearenses no Pará: faces da sobrevivência (1889-1916). Belém: Ed. Açaí, 2010, pp. 11-25.

LUCA, T. R. Fontes impressas: História dos, nos e por meio dos periódicos. In: Fontes Históricas. Org. Carla Bassanegi Pinsky. São Paulo: Contexto. 2005. p.111-153.

MAIGRET, E. Os Estudos Culturais. In: Sociologia da comunicação e das mídias. Tradução de Marcos Bagno. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010, pp. 223-249.

MENESES, U. T. B. O museu e o problema do conhecimento. In: IV Seminário sobre Museus-casas: Pesquisa e Documentação, 2002, Rio de Janeiro. Anais do IV Seminário sobre Museus-casas: Pesquisa e Documentação. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2000. p. 17-48.

MORAES, F. T. O campo educacional e o campo político no primeiro governo de Lauro Sodré (1891-1897). Revista Estudos Amazônicos. Volume VII, n 1, 2012, pp. 117-149.

NELSON, C. Estudos Culturais: uma introdução. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. 6ª. ed. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005, pp. 07-38.

ORTEGA, C. O; LARA, M. L. G. A noção de documento: de Otlet aos dias de hoje. DataGramaZero, Revista da Ciência da Informação, v. 11, n. 2, abr. 2010.

PACHECO, A. S. Cartografia de Memórias na Amazônia. In: PACHECO, Agenor Sarraf e SILVA, Jerônimo da Silva e (Org.). Pesquisas em Estudos Culturais na Amazônia. Belém, 2013 (No prelo).

PACHECO, A. S. En el corazón de la Amazonía: identidades, saberes e religiosidades no regime das águas marajoaras. Tese (Doutorado em História Social), PUC-SP, 2009.

PATLAGEAN, E. A história do Imaginário. In A nova História. Coimbra, Almedina, 1978, p. 391-427.

POLLAK, M. Memória e Identidade Social. In: Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol. 5, n. 10, 1992, pp. 200-212

POLLAK, M. Memória, esquecimento, silêncio. In: Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, 1989, pp. 03-15.

RODRIGUES, D. Patrimônio cultural, Memória social e Identidade: uma abordagem antropológica. UBImuseum- Revista Online do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira interior, n. 01, 2012, p. 01-08.

ROSSI, P. “Lembrar e esquecer”. In: O passado, a memória, o esquecimento. São Paulo: Ed. UNESP, 2010, p. 15-38.

SARGES, M. N. Memórias do “Velho Intendente” Antônio Lemos (1969-1973). Belém: Paka-Tatu, 2002, pp. 15- 30.

SARGES, M. N. O Pará na economia da Borracha: transformações econômicas e sociais. IN Belém: riquezas produzindo a Belle Époque (1870-1912). Ed. 3, Paka-Tatu, Belém, 2010.

SÁ-SILVA, A.; GUIDANI, J.; Cristovão, J. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, ano I, - número I, - Julho de 2009, p. 01-14.

SILVA, H. R. Rememoração/comemoração: as utilizações sociais da memória. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 22, nº 44, 2002, pp. 425-438.

T. ORUM, T. As mulheres das portas abertas: judias no submundo da Belle Époque amazônica. Revista Estudos Amazônicos. Volume VII. N. 1, 2012, pp. 01-23

WEINSTEIN, B. A borracha na Amazônia: expansão e decadência 1850-1920. São Paulo: HUCITEC: Editora da universidade de São Paulo, 1993. (Estudos Históricos; 20).

WILLIAMS, R. Cultura. In: Marxismo e Literatura. Zahar Ed. Rio de Janeiro, 1979, p. 17-26.

HISSA, E. C. V. Entrenotas: compreensões de pesquisa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.

Downloads

Publicado

2015-06-30

Como Citar

Martins Melo, J., & Sarraf Pacheco, A. (2015). Sob o signo de aquário : o patrimônio marajoara em tempos de Belle Époque. Muiraquitã: Revista De Letras E Humanidades, 3(1). https://doi.org/10.29327/216340.3.1-10

Edição

Seção

ARTIGOS