Ocorrência de Cromo Hexavalente em água e Cromo Total em sedimentos do manancial de abastecimento público de água de Rio Branco - AC
indicador de impactos e subsídios para proteção do rio Acre
Keywords:
cromo, contaminação, ambiente fluvial amazônicoAbstract
In this study, the occurrence of chromium in samples from the Acre River was evaluated based on the analysis of Total Chromium (Cr) fractions in bottom sediment samples and Hexavalent Chromium (Cr VI) in water samples collected in the same river environment, in the city of Rio Branco - Acre, in 2022. Given the low control of effluents in the region, the objective was to investigate the possibility of contamination in the water body used for public supply by the Rio Branco Water and Sewage Service, the municipal agency responsible for water catchment and distribution in Rio Branco. The results show an average amount of 11.43±3.6 mg/kg of Cr in sediments, with a minimum value of 6.01 mg/kg and a maximum of 19.1 mg/kg. In the water samples, the average was 0.76±0.2 mg/L of Cr VI, with a minimum of 0.543 mg/L and a maximum of 1.47 mg/L. In this case, the average found is 150 times higher than the values recommended by Brazilian legislation for human consumption and for the classification of surface waters. The quantified values show a decrease in the total chromium fraction in the sediment as the hexavalent fraction increases in the water and enrichment along the urban stretch of the river. This occurs, especially, at points located near the discharge of untreated sewage and at the outlets of two important tributaries of the Acre River: Igarapé São Francisco and Igarapé Judia. Thus, the results show anthropogenic contributions to the increase of Cr VI in the environment, highlighting the need for investigations on contaminants, such as heavy metals, in Amazonian rivers, especially in the Acre River, the only water source exploited for public water supply in the city of Rio Branco.
Downloads
References
ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre Fase II: documento Síntese – Escala 1:250.000. 2. ed. Rio Branco: SEMA, 2010.
ACRE. Secretaria de Estado de Planejamento – SEPLAN. Acre em Números, 2023. Disponível em: < https://seplan.ac.gov.br/acreemnumeros/>. Acesso em: 23 maio 2023.
APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 23 thed., American Public Health Association; American Water Works Association; Water Environment Federation: Washington, 2017.
ATSDR – Agency for Toxic Substances and Disease Registry. Toxic Substances Portal, 2021. Disponível em: < https://wwwn.cdc.gov/TSP/substances/ToxSubstance.aspx?toxid=17> Acesso em: 05 maio 2023.
BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 2005.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa SDA nº 27, de 05 de junho de 2006. Dispõe sobre a importação ou comercialização, para produção, de fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 2006.
BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA n° 396, de 3 de abril de 2008. Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 66, p. 64-68, 2008.
BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA n° 420, de 28 de dezembro de 2009. Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 249, p. 81-84, 2009.
BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA n° 430, de 16 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 92, p. 89, 2011.
BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução CONAMA n° 454, de 1º de novembro 2012. Estabelece as diretrizes gerais e os procedimentos referenciais para o gerenciamento do material a ser dragado em águas sob jurisdição nacional. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 66, 2012.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa SDA nº07, de 12 de abril de 2016. Altera os anexos IV e V da IN SDA nº 27/2006. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021. Altera o Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 85, p. 127, 2021.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Secretaria Nacional de Saneamento – SNIS. Diagnóstico Temático Serviços de Água e Esgoto. Brasília, 2022. Disponível em: < https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/saneamento/snis/produtos-do-snis/diagnosticos/diagnosticos_snis>. Acesso em: 04 jun. 2023.
CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
CAVALCANTI, M. E. Benefícios do uso do cromo na produção bovina. 2022. 26 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em zootecnia) - Pontífica Universidade Católica de Goiás, Goiânia.
CETESB. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Guia Nacional de Coleta e Preservação de Amostras de água, Sedimento, Comunidades Aquáticas e Efluentes Líquidos. Agência Nacional de Águas: Brasília, 2011.
CONCEIÇÃO, D.; BENTO, F.; CAMARGO, F.; JACQUES, R.; SELBACH, P.; SIMONETTI, A. Redução de cromo hexavalente por bactérias isoladas de solos contaminados com cromo. Ciência Rural, Santa Maria. v.37, n.6, p.1661-1667, 2007.
COSTA, M. L.; BEHLING, H.; CARMO, M. S. Mineralogia e geoquímica de sedimentos lacustres com substrato laterítico na Amazônia brasileira. Revista Brasileira de Geociências. v. 35, n.2, p. 165-176, 2005.
CPRM. Serviço Geológico do Brasil. Bacia do rio Acre – características, 2023. Disponível em <https://www.cprm.gov.br/sace/acre_caracteristicas.php>. Acesso em: 23 maio 2023.
DOMINGOS NETO, V. C. D. Qualidade da água do rio Acre no trecho urbano do município de Rio Branco: fatores físicos e químicos. 2014. 44 f. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal do Acre, Rio Branco.
EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manual de procedimentos de coleta de amostras em áreas agrícolas para análise da qualidade ambiental: solo, água e sedimentos, 1ª. ed., Ministério da Agricultura e do Abastecimento: Jaguariúna, 2006.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Nota Técnica: maio 2023 - Análise regional dos níveis de mercúrio em peixes consumidos pela população da Amazônia brasileira: um alerta em saúde pública e uma ameaça à segurança alimentar. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/ENSP; WWF Brasil; Greenpeace; Instituto Socioambiental; Instituto de Pesquisa e Formação Indígena. p.1-10, 2023.
FONTES, M. P. F.; CAMARGO, O. A.; SPOSITO, G. Eletroquímica das partículas coloidais e sua relação com a mineralogia de solos altamente intemperizados. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 58, n. 3, p. 627-646, 2001.
GOMES, F. B. R.; ASSUNÇÃO, T. O. G.; BRANDT, E. M. F.; CASTRO, S. R.; PEREIRA, R. O. Ocorrência de chumbo, cromo e mercúrio em mananciais de abastecimento e em água de consumo humano no Brasil. Revista de Gestão de Água da América Latina, v.18, n.5, 2021.
HORBE, A. M. C.; HORBE, M. A.; MOTTA, M. B.; PAIVA, M. R. P. Mineralogia e geoquímica dos perfis sobre sedimentos neógenos e quaternários da bacia do Solimões na região de Coari – AM. ACTA AMAZONICA, v.37, n.1, p.81-90, 2007.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População de Rio Branco. 2022 Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/ac/rio-branco.html>. Acesso em: maio 2023.
IRIKURA, K.; BIAGGIO, S. R.; BOCCHI, N.; GUERRA, M. B. B.; KIKUTI, E.; ROCHA FILHO, R. C. Uso de palha de aço comercial para o tratamento de efluentes contendo cromo hexavalente provenientes de processos de eletrocoloração de aços inoxidáveis. Química Nova, v.41, n.3, p.340-344, 2018.
KANG, Z.; HUI, G.; XIAODONG, J.; DONGSHENG, W. Fe–Ni/MWCNTs Nano-Composites for Hexavalent Chromium Reduction in Aqueous Environment. Molecules. v.28, n.11, p.4412, 2023.
MARONEZI, V.; FARIA, D. B.; ROSA, M. I. G.; SANTOS, M. M. A.; SHINZATO, M. C. Mecanismos de remoção de cromo(VI) do solo pela interação entre matéria orgânica e ferro(III). Revista do Instituto Geológico, São Paulo, v.40, n.2, p.17-33, 2019.
MEURER, E. J. Fundamentos de química do solo. 3. ed. Porto Alegre: Evangraf, 2006.
MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL; SOS AMAZÔNIA. Levantamento das principais fontes poluidoras do rio Acre: Relatório final – documento síntese. 120 p. Rio Branco: 2011.
MOFFAT, I.; MARTINOVA, N.; SEIDEL, C.; THOMPSON, C. M. Hexavalent Chromium in Drinking Water. Journal - American Water Works Association, v.110, n.5, p.22-35, 2018.
NASCIMENTO, L. S. Dinâmica de cromo em peixes do lago Puruzinho, Amazônia Ocidental: influência da sazonalidade, hábitos alimentares, avaliação de risco e avaliação espacial. 2021. 75 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Recursos Naturais) - Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes.
OGGERO, A. S.; NAKAYAMA, H. D.; ÁVALOS, C.R, CANTERO, G. I.; BENÍTEZ, J.V.; AYALA J.; ELKHALILI, R.; PERALTA, I. Eficiencia de la absorción de cobre (Cu) y cromo (Cr), una propuesta de fitorremediación de efluentes mediada por Typha domingensis. Revista de La Sociedad Científica del Paraguay, v.26, n.2, p.100-113, 2021.
OLIVEIRA, F. L. V. Cromo em água subterrânea e mortalidade por câncer de estômago na população do Planalto Ocidental Paulista e de municípios limítrofes. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.
OLIVEIRA, G. M. T. S. Avaliação da concentração de nutrientes, metais pesados e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos nos sedimentos de fundo do lago água preta (Belém- Pará). 2013. 89 f. Dissertação (Mestrado em Aqüicultura e Recursos Aquáticos Tropicais) - Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém.
RODRIGUES, M. L. K. Origem, distribuição e mobilidade potencial de metais pesados em ambiente fluvial impactado por curtumes. 2007. 256 f. Tese (Doutorado em Geociências) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
SANTOS, W. L. Dinâmica Hidroecogeomorfológica em Bacia de Drenagem: Efeitos do uso e ocupação da terra no sudoeste amazônico – Acre – Brasil. 2013. 291 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
SILVESTRE, A. M. Estratégias nutricionais para otimização da eficiência produtiva de bovinos confinados. 2022. 163 f. Tese (Doutorado em zootecnia) - Universidade Estadual Paulista, Botucatu.
US.EPA. Environmental Protection Agency of United State of America. Toxicological review of trivalent chromium (CAS no. 16065-83-1). Washington, DC, 1998a.
US.EPA. Environmental Protection Agency of United State of America. Toxicological review of hexavalent chromium (CAS no. 18540-29-9). Washington, DC, 1998b.
US.EPA. Environmental Protection Agency of United State of America. IRIS - Integrated Risk Information System. IRIS database for risk assessment, 2004.
VALÉRIO, M. S. E. Caracterização geoquímica do Complexo Monsenhor Isidro através da análise química de sedimentos de corrente. 2023. 80 f. Monografia (Graduação em Engenharia Geológica) - Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto.
VIANA, E. C. A. Aspectos granulométricos, mineralógicos e químicos de sedimentos de praias (barras em pontal) do rio Acre e sua relação com a fertilidade. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade Federal do Pará, Belém.