ESPAÇO GEOGRÁFICO E OS RISCOS À SAÚDE
UMA ANÁLISE A PARTIR DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DAS ÁGUAS DOS POÇOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO – AC
DOI:
https://doi.org/10.29327/268458.5.1-8Palavras-chave:
Geografia da Saúde, Espaço, ContaminaçãoResumo
Os parâmetros de potabilidade da água estabelecidos pela legislação brasileira, exigem que na água para consumo humano esteja ausente bactérias heterotróficas, que podem causar doenças, principalmente as do grupo Coliforme Fecal. Considerando-se que mais da metade da população rio-branquense não tem acesso a água tratada, fazendo uso de poços como fonte alternativa para abastecimento, o controle bacteriológico é ainda mais importante. O objetivo deste trabalho foi compreender os riscos à saúde avaliados a partir de uma análise espacial obtida através de dados de qualidade microbiológica da água proveniente de poços de captação de água em residências e comércios da cidade de Rio Branco – Acre, no ano de 2019, analisados pela Unidade de Tecnologia de Alimentos – UTAL da Universidade Federal do Acre. Foi feito um cruzamento das informações de Presença/Ausência de Coliformes Fecais apontadas nos laudos, e a distribuição espacial nos bairros de Rio Branco. O resultado mostrou que no período de janeiro a dezembro de 2019 das 210 amostras analisadas, provenientes de 35 bairros da cidade de Rio Branco, 73% foram consideradas impróprias para consumo humano, demonstrando que esses poços apresentam contaminação e a ingestão de água pode ser um risco à saúde. Com o resultado deste trabalho concluiu-se que em Rio Branco, as águas subterrâneas estão potencialmente sujeitas a contaminações, que afetam a qualidade da água captada para consumo. A qualidade da água para consumo humano proveniente de poços, é um tema a ser mais discutido e avaliado regionalmente.
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