ESPACIALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA COVID-19 NA AMAZÔNIA SUL-OCIDENTAL: A CONTRIBUIÇÃO DA GEOGRAFIA DO RISCO NA GESTÃO DA PANDEMIA NO ESTADO DO ACRE - BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.47418/uaquiri.v2i1.3647Palavras-chave:
Pandemia, Covid-19, Geografia dos RiscosResumo
A sociedade contemporânea enfrenta seu maior desafio na a área de saúde. Trata-se de uma pandemia sem precedentes ocasionado por um vírus de origem zoonótica, que evoluiu ao ponto de infectar humanos, conhecido por novo coronavírus, causador da patologia denominada Covid-19. A doença já atingiu mais de 185 países, ocasionando mais de 200.000 mortes até a data 04/05/2020. No Acre, os efeitos negativos estão em forte progressão. Nesse cenário, a geografia pode contribuir na compreensão da espacialização geográfica do fenômeno, especialmente no tocante à relação de risco existente, considerando as relações sociais e a tradução destas feições no espaço. Assim, neste trabalho objetiva-se compreender a dinâmica de disseminação e territorialização da Covid-19, no estado do Acre e, para isso, utilizou-se além dos preceitos da geografia do risco, as técnicas de geoprocessamento e da cartografia temática. A partir destes princípios foram elaborados mapas temáticos que representam a espacialização e a quantificação dos casos confirmados e de óbitos por Covid-19 ao longo dos meses de março e abril de 2020. Utilizou-se como banco de dados as informações fornecidas diariamente através dos boletins epidemiológicos da Secretaria Estadual de Saúde. Por fim, concluiu-se que os casos confirmados de Covid-19 estão em forte expansão no estado, tendo como núcleo central de disseminação a capital Rio Branco e os municípios adjacentes. Os óbitos, durante o período de análise estão espacializados exclusivamente na capital, porém com destacada expansão nos últimos dias, o que indica existir um surto exponencial de crescimento da doença.
Referências
AGUIAR, Ana, et al. Da emergência de um novo vírus humano à disseminação global de uma nova doença—Doença por Coronavírus 2019 (COVID-19). Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto. 2020. DOI: 10.16891/2317-434X.v8.e1.a2020.pp360-361
BARCELLOS, Christovam. Elos entre geografia e epidemiologia. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 16, n. 3, p. 607-609, Sept. 2000 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2000000300004&lng=en&nrm=iso>. access on 20 Apr. 2020. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2000000300004.
BECK, U. Risk Society. Towards a new modernity. Londres: Sage Publications, 1992.
BONFIM, Cristine; MEDEIROS, Zulma. Epidemiologia e geografia: dos primórdios ao geoprocessamento. Espac Saude, 2008, 10.1: 53-62.
BRUNO, Leandro Obadowiski. Aplicabilidade de Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) livres nas ciências ambientais: o uso do QGIS. Revista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, 2017, 4.8: 321-326.
BUFFON, Elaiz Aparecida Mensch; DA PAZ, Otacílio Lopes de Souza. Geoprocessamento para mapeamento das áreas de risco de inundações: uma aplicação na sub-bacia hidrográfica do Rio Palmital, Colombo e Pinhais-Paraná (Geoprocessing for mapping flood risk areas: an application in the Palmital river watershed (Colombo and Pinhais-Paraná)). Revista Brasileira de Geografia Física, 2018, 11.6: 2186-2200.
Center for Systems Science and Engineering at Johns Hopkins University & Medicine, Disponível em: https://coronavirus.jhu.edu/map.html. Acesso em: 14 de abril de 2020 às 22h54.
CRODA, Julio et al . COVID-19 in Brazil: advantages of a socialized unified health system and preparation to contain cases. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba , v. 53, e20200167, 2020 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822020000101000&lng=en&nrm=iso>. access on 20 Apr. 2020. Epub Apr 17, 2020. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0167-2020.
GREGORY, Kennett. J. A natureza da Geografia Física. (trad. Eduardo de A. Navarro). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992. 367p.
HOLANDA, Vanderlan Nogueira. pandemia de Covid-19 e os esforços da ciência para combater o novo coronavírus. Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, 2020, 8.1: 360-361.
BRASIL. IBGE. IBGE estados: panoramas, 2020. Disponível em: < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ac/panorama>
LEONE, Frederic.; VINET, Freddy. La vulnerabilité, un concept fondamental au coeur des méthodes d’évaluation des risques naturels. In : LEONE, F.; VINET, F. La vulnerabilité des sociétés et des territoires face aux menaces naturelles: analyses géographiques. Montpellier : Université Paul Valery, Collection Géorisques n. 1, 2006, 144p.
LIU, Ying, et al. The reproductive number of COVID-19 is higher compared to the SARS coronavirus. Travel Medicine Journal, 2020. DOI: https://doi.org/10.1093/jtm/taaa021
MARANDOLA JR, E. HOGAN, D. J. Natural hazards: o estudo geográfico dos riscos e perigos. Ambiente&Sociedade. Vol. 7. N. 02. 2004.
NETO, Thiago Oliveira; GARCIA, Tatiana de Souza Leite; SPINUSSI, Eduardo. Pandemia de COVID-19, as fronteiras pelo mundo e o transporte aéreo na Itália. Confins. Revue franco-brésilienne de géographie/Revista franco-brasilera de geografia, 2020, 44. DOI: https://doi.org/10.4000/confins.27577
NOVEL, Coronavirus Emergency Response Epidemiology Pneumonia, et al. The epidemiological characteristics of an outbreak of 2019 new coronavirus diseases (COVID-19) in China. Zhonghua liu xing bue xue za zhi = Zhonghua liuxingbingxue zazhi, 2020, 41.2: 145. DOI: 10.3760/cma.j.issn.0254-6450.2020.02.003
VEYRET, Y. Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. In: Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. 2007.
WHITE, G. F.; KATES, R. W.; BURTON, Ian. Knowing better and losing even more: the use of knowledge in hazards management. Environmental hazards. v. 3. 2001.
WU, Zunyou; MCGOOGAN, Jennifer M. Features and important lessons from the 2019 coronavirus disease outbreak (COVID-19) in China: summary of a report of 72 314 cases from the Chinese Center for Disease Control and Prevention. Jama , 2020. DOI: 10.1001 / jama.2020.2648