APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA PARA FINS POTÁVEIS E NÃO POTÁVEIS: PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE – UFAC
DOI:
https://doi.org/10.29327/2151710.5.2-6Palavras-chave:
água de chuva; aceitabilidade; economia; conservação ambiental.Resumo
A escassez de água potável tem estimulado a ação de instituições nacionais e internacionais na busca pelo gerenciamento de crises em torno dos recursos hídricos, com o foco nas diretrizes da sustentabilidade e da segurança hídrica, que coadunam com as métricas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entre as medidas racionais de gestão dos recursos hídricos estão os sistemas de captação da água pluvial como fonte alternativa de abastecimento, agindo na conservação do meio ambiente e estimulando a economia local. Contudo, a aceitabilidade desse tipo de solução ainda enfrenta obstáculos, muitos deles atrelados a questões sociais, culturais e econômicas. Diante disso, o artigo teve como objetivo analisar a percepção dos usuários da Universidade Federal do Acre sobre o uso da água de chuva para atividades de fins potáveis e não potáveis. Configurada como estudo de caso, a pesquisa se ancorou na utilização do método da coleta de dados por meio de questionário, aplicado na forma digital e, por meio da análise descritiva, verificou-se as características que norteiam a percepção da comunidade acadêmica sobre o tema. Os resultados mostraram que, em geral, há alto índice de conhecimento sobre a temática, motivado por se tratar de um ambiente acadêmico, em que o acesso à informação, em tese, é mais amplo e diversificado. Verificou-se, adicionalmente, que as atividades em que não haja o consumo nem o contato direto têm maior aceitação da comunidade analisada, ou seja, há maior aceitação para as atividades de fins não potáveis da água de chuva. E por fim, concluiu-se que o aproveitamento da água da chuva poderá reduzir custos à administração do Campus, bem como deverá contribuir para a conservação ambiental, assim como daria oportunidade de assumir a responsabilidade social ao utilizar esse recurso para irrigação outras atividades em benefício da comunidade acadêmica e adjacências.
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