A (IN)EXISTÊNCIA DE UM PLANO DE CONTINGÊNCIA NACIONAL ATUALIZADO NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA COVID-19:

reflexos da “cultura do atraso” e a inércia estatal brasileira

Autores

Palavras-chave:

covid-19, Brasil;, Estado;, Atraso

Resumo

Considerando o hodierno quadro pandêmico da Covid-19 e os impactos negativos que esta vem ocasionando em todo o globo, em todas as áreas organizacionais da sociedade, objetiva-se demonstrar a relação entre a inexistência prévia de um plano de contingência nacional e atualizado direcionado ao combate às doenças provenientes de coronavírus com o cultural atraso brasileiro em construir normas e planos condizentes com a realidade e as necessidades do povo. Conciliando o aparato teórico que parte de Sérgio Buarque de Holanda e Faoro, inspirados em Weber, com a análise contextual da Covid-19, também questiona-se a atuação Estatal na produção desses planos, como instrumento de proteção aos direitos fundamentais e de Dignidade da Pessoa Humana, como o direito à saúde. Portanto, por intermédio do método dialético hegeliano busca-se a construção de uma verdade construída a partir de confrontos teóricos, com base em fonte bibliográfica documental, com pesquisa em caráter qualitativo e quantitativo.

 

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Publicado

2021-08-02

Como Citar

MORAES DA COSTA, M. M.; AMORIM DE SOUZA, R. .; FERREIRA ABREU, N. . A (IN)EXISTÊNCIA DE UM PLANO DE CONTINGÊNCIA NACIONAL ATUALIZADO NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA COVID-19:: reflexos da “cultura do atraso” e a inércia estatal brasileira. Communitas, [S. l.], v. 5, n. 10, p. 306–320, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/COMMUNITAS/article/view/4940. Acesso em: 28 mar. 2024.