Ir al menú de navegación principal Ir al contenido principal Ir al pie de página del sitio

Dossiê Temático

Vol. 2 Núm. 4 (2018): REFLEXÕES SOBRE ESCRAVIDÃO MODERNA, MIGRAÇÕES E DITADURAS NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA

<b>FLORES QUE ROMPEM O ASFALTO

  • Iracema Goor Xavier
Enviado
January 14, 2019
Publicado
2019-12-13

Resumen

FLORES QUE ROMPEM O ASFALTO

Resumo: O objetivo deste trabalho consiste em investigar de que maneira Conceição Evaristo, escritora, poeta, romancista e ensaísta, tem encontrado um lugar de recepção dentro da sociedade brasileira, para que a autoestima das mulheres negras se aproprie de sua identidade, território, trajetória e história. O corpus de trabalho será o poema “Vozes Mulheres” que trará grande contribuição para o objeto em questão, por trazer elementos importantes ao narrar a trajetória de mulheres negras, preservada na memória coletiva, revela a ancestralidade, que se projeta no presente e prepara o futuro. Para tanto, faremos o diálogo com Emmanuel Levinás, filósofo que embasará nossa pesquisa, no que concerne a questão da alteridade e dos lugares de memória. A partir do momento que se reconhece o rosto do outro, é possível reconsiderar o nosso modo de ser e de viver. Também, nos interpela o rosto do Outro que sofre, e a consciência do sujeito, traz à tona a responsabilidade pela situação daquele que é vítima de alguma situação. O Outro entra em nossas vidas sem avisar e antes que possamos reagir já estamos tomados pela circunstância do Outro. Conceição Evaristo com sua obra tem colocado essa face que só existe na relação com o Outro. É essa primeira instância que vai poder interpelar a liberdade, de conceitos e de cultura. Quando se consegue refletir sobre a alteridade, esta se traduz na responsabilidade incondicional e irrecusável não só pelo Outro, mas por todos os outros, rompendo assim com o egoísmo e a injustiça e nos ajuda a refletir, por meio da educação e da ética, a uma vida mais humana no mundo contemporâneo.

Palavras-chave: Conceição Evaristo. Alteridade. Memória. Responsabilidade.

 

FLORES QUE ROMPEN EL ASFALTO

 

Resumen: El objetivo de este trabajo consiste en investigar de qué manera Conceição Evaristo, escritora, poeta, novelista y ensayista, ha encontrado un lugar de recepción dentro de la sociedad brasileña, para que la autoestima de las mujeres negras se apropie de su identidad, territorio, trayectoria e historia. El corpus de trabajo será el poema "Vozes Mulheres" que traerá gran contribución al objeto en cuestión, por traer elementos importantes al narrar la trayectoria de mujeres negras, preservada en la memoria colectiva, revela la ancestralidad, que se proyecta en el presente y prepara el futuro. Para ello, haremos el diálogo con Emmanuel Levinás, filósofo que basará nuestra investigación, en lo que concierne a la cuestión de la alteridad y de los lugares de memoria. A partir del momento en que se reconoce el rostro del otro, es posible reconsiderar nuestro modo de ser y de vivir. También, nos interpela el rostro del Otro que sufre, y la conciencia del sujeto, trae a la superficie la responsabilidad por la situación de aquel que es víctima de alguna situación. El Otro entra en nuestras vidas sin avisar y antes de que podamos reaccionar ya estamos tomados por la circunstancia del Otro. Conceição Evaristo con su obra ha colocado esa cara que sólo existe en la relación con el Otro. Es esa primera instancia que va a poder interpelar la libertad, los conceptos y la cultura. Cuando se puede reflexionar sobre la alteridad, esta se traduce en la responsabilidad incondicional e irrecusable no sólo por el Otro, sino por todos los demás, rompiendo así con el egoísmo y la injusticia y nos ayuda a reflexionar, a través de la educación y la ética, una vida más humana en el mundo contemporáneo.

Palabras clave: Conceição Evaristo. Alteridad. Memoria. Responsabilidad.

 

FLOWERS BREAKING ASPHALT

 

 

Abstract: The objective of this work is to investigate how Conceição Evaristo, writer, poet, novelist and essayist, has found a place of reception within Brazilian society, so that the self-esteem of black women appropriates their identity, territory, trajectory and history. The corpus of work will be the poem "Vozes Mulheres" that will bring great contribution to the object in question, for bringing important elements in narrating the trajectory of black women, preserved in the collective memory, reveals the ancestry, which projects itself in the present and prepares the future. To do so, we will have a dialogue with Emmanuel Levinás, a philosopher who will base our research on the issue of alterity and places of memory. From the moment one recognizes the face of the other, it is possible to reconsider our way of being and living. Also, the face of the suffering Other challenges us, and the consciousness of the subject brings up the responsibility for the situation of the one who is the victim of some situation. The Other enters our lives without warning and before we can react we are already taken by the circumstance of the Other. Conceição Evaristo with his work has placed this face that only exists in the relation with the Other. It is this first instance that will be able to question freedom, concepts and culture. When one is able to reflect on otherness, it translates into an unconditional and irrefutable responsibility not only for the Other, but for all others, thus breaking with selfishness and injustice and helps us to reflect, through education and ethics, the a more humane life in the contemporary world.

Citas

  1. BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. São Paulo: Brasiliense, s/d.
  2. BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da Cultura. Obras escolhidas, v.1. São Paulo: Brasiliense, 1987.
  3. COSTA, Juliano Xavier da Silva; CAETANO, Renato Fernandes. A concepção de alteridade em Levinás: Caminhos para uma Formação mais Humana no Mundo Contemporâneo. In: Revista Igarapé. Nº 03, maio de 2014 http://www.periodicos.unir.br/index.php/igarape. Acesso 14/07/2018.
  4. EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.
  5. LEVINÁS, Emmanuel. Entre nós – ensaios sobre a alteridade. Petrópolis: Vozes, 1997.
  6. __________________. De Deus que vem à ideia. Petrópolis-RJ: Vozes, 2002.
  7. PAZ, Octávio. Signos em rotação. São Paulo: Editora Perspectiva S.A, 1972.
  8. RUIZ, Castor B. Alteridade e alteridades- Questões da modernidade e a modernidade em questão. Porto Alegre. EDIPUCRS, 2008 p.117-149
  9. SÁ, Teresa. Lugares e não lugares em Marc Augé. Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, v.26, n.2
  10. SANTOS, Milton. O retorno do território. SANTOS, Milton; SOUZA, Maria Adélia; SILVEIRA, Maria Laura. Território: Globalização e fragmentação. São Paulo: Hucitec, 1994.