Meu saber não é doença
breves considerações sobre o discurso racial em religiões afro-brasileiras e Santo Daime
DOI:
https://doi.org/10.29327/268903.4.2-8Palavras-chave:
Feiticeiros(as), Perseguições, RaçaResumo
As religiões afro-brasileiras sofrem com descrições e estereótipos que buscam desqualificar e criminalizar seus saberes, que serão apresentados em três contextos: no período medievo, quando a igreja estará impondo o conceito de feiticeiros(as) em saberes e cultos distantes da religião oficial; no período descrito como Brasil Colonial, no qual será possível identificar tal alcunha em religiões afro-brasileiras; e a partir da terceira década do século XIX, quando será possível identificar uma verdadeira desconstrução das religiões afro-brasileiras e dos negros em geral. A ciência tenta atribuir vícios e defeitos como inerentes aos negros; os cultos são estudados e inclusos como patologias; incorporações tornaram-se possessões e personagem como Raimundo Nina Rodrigues, médico pioneiro nessa análise, valida essas concepções. Nosso objetivo é discutir e problematizar por meio de tais questões que buscam inferiorizar saberes a partir da imposição de uma superioridade racial. Como aporte teórico recorreremos a Edward MacRae, Sandra Goulart, Edmar Santos e Michel Foucault. Foi realizada uma revisita bibliográfica e também foi utilizado como fonte o decreto de n°119-A, o qual demonstra que a liberdade religiosa no Brasil na teoria existiria a partir de 1890, mas na prática, saberes de pretos e mulatos seriam considerados “macumba” e teriam como companhia a polícia. Tais elementos ficaram à mostra a partir da perseguição ao culto do Santo Daime, criado por Irineu Serra, na cidade de Rio Branco, Acre, demonstrando que a força da sobreposição da raça não findou, mas permaneceu.
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