Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Dossiê Temático

v. 1 n. 2 (2017): POLÍTICAS E POÉTICAS DA RESISTÊNCIA NA EDUCAÇÃO E NA LITERATURA

<b>ARMADILHAS E ESPELHOS: PENSANDO POLÍTICAS DE CURRÍCULO NUM CONTEXTO DE DEMOCRACIA EM RISCO</b>

  • Eduardo Prestes
  • Maria Luiza Süssekind
Enviado
novembro 29, 2017
Publicado
2017-11-29

Resumo

 

Resumo: O golpe de 2016 silenciou debates e vem colocando em vigor politicas de currículo que apagam a democraticidade dos sistemas de educação pública construídos sob a égide da LBD nos últimos 30 anos. Este trabalho discute conceitualmente as políticas de unificação curricular e testagens em larga escala a partir da ideia de espelhos socais de Boaventura Sousa Santos (2001/2011). Argumentamos que a primazia e credibilidade da ciência estatística alimentam um modelo preguiçoso e simplificador de entendimento do mundo que reflete apenas parte da realidade e “desperdiça a experiência” (Santos, 2001) do trabalho criativo dos professores e estudantes aliando-se aos interesses mercadológicos para produzir as reformas educacionais em curso. A partir das pistas de democracia e solidariedade trazemos um relato sobre criação de currículos no cotidiano escolar de uma ocupação como prática de desarmadilhar o mundo em busca de mais solidariedade e na luta pela democracia.

Palavras-chave: currículo, trabalho docente, estudos com o cotidiano

 

TRAPS AND MIRRORS: THINKING CURRICULUM POLICIES IN A CONTEXT OF DEMOCRACY AT RISK

 

Abstract: The 2016 coup has silenced debates and has put into effect curriculum policies that erase the democraticity of public education systems built under the aegis of the LBD over the past 30 years. This paper discusses conceptually the policies of curricular unification and large-scale testing based on the idea of social mirrors by Boaventura Sousa Santos (2001/2011). We argue that the primacy and credibility of statistical science feed into a lazy and simplifying model of understanding of the world that reflects only part of reality and "wastes experience" (Santos, 2001) on the creative work of teachers and students, allying themselves with market interests for educational reforms in progress. From the clues of democracy and solidarity, we bring an account of the creation of curricula in the daily life of an occupation as a practice of disarming the world in search of more solidarity and in the struggle for democracy.

Key words: curriculum, teaching work, everyday studies

 

ARMADILLAS Y ESPEJOS: PENSANDO POLÍTICAS DE CURRÍCULO EN UN CONTEXTO DE DEMOCRACIA EN RIESGO

Resumen: El golpe de 2016 ha silenciado los debates y ha puesto en práctica políticas curriculares que borran la democracia de los sistemas de educación pública construidos bajo los auspicios de la LBD en los últimos 30 años. Este artículo discute conceptualmente las políticas de unificación curricular y pruebas a gran escala basadas en la idea de los espejos sociales de Boaventura Sousa Santos (2001/2011). Argumentamos que la primacía y la credibilidad de la ciencia estadística alimentan un modelo de comprensión del mundo perezoso y simplificador que refleja solo una parte de la realidad y "desperdicia experiencia" (Santos, 2001) en el trabajo creativo de docentes y estudiantes, aliándose con intereses del mercado para las reformas educativas en progreso. A partir de las claves de la democracia y la solidaridad, presentamos un recuento de la creación de planes de estudios en la vida cotidiana de una ocupación como una práctica de desarmar al mundo en busca de más solidaridad y en la lucha por la democracia.

Palabras clave: currículo, trabajo docente, estudios cotidianos

 

Referências

  1. ALVES, N. Decifrando o pergaminho - o cotidiano das escolas nas lógicas das redes cotidianas. In: OLIVEIRA, I. B; ALVES, N. (orgs). Pesquisa no/do cotidiano das escolas. Sobre redes de saberes. Rio de Janeiro: DP&A: 2001.
  2. BAYARD, P. Como falar dos livros que não lemos? RJ: Objetiva, 2007.
  3. BELO, F. F.; AMARAL, N. C. Ideb da escola: a aferição da qualidade do ensino tem sido referencial para se (re) pensar a educação municipal? Rev. Educação e Políticas em Debate – v. 2, n.2, p. 339-353, jul./dez. 2013.
  4. BONAMINO, Alicia; FRANCO, Creso. Avaliação e política educacional: o processo de instituicionalização do Saeb. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 108, p. 101-132, nov. 1999.
  5. BOURDIEU, Pierre. Os Usos Sociais da Ciência: Por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Editora Unesp, 2004.
  6. ____________. A economia das trocas simbólicas. 5a ed. São Paulo: Ed Perspectiva, 2003.
  7. BRASIL. Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Pátria educadora: A qualificação do ensino básico como obra de construção nacional. Versão preliminar, Brasília, 22 de abril de 2015.
  8. CERTEAU, M. A cultura no plural. Campinas: Papirus, 2012.
  9. ____________. A invenção do cotidiano: 1. artes de fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
  10. COUTO, M. E se Obama fosse africano?: e outras intervenções. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
  11. EDLING, S. FRELIN, A. Editorial. Evidence Is Not Enough: on the role of theory in teacher education. Citizenship, Social and Economics Education, v. 13, p. 148-155, 2014. http://dx.doi.org/10.2304/csee.2014.13.3.148
  12. FREITAS, L.C. de. Os reformadores empresariais da educação: da desmoralização do magistério à destruição. Rev. Educ. Soc., Campinas, v. 33, n. 119, p. 379-404, abr.-jun. 2012.
  13. HARVEY, D. O neoliberalismo: história e implicações. 4a ed. São Paulo: Edições Loyola, 2013.
  14. LEVY, P. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1996.
  15. MARX, K. O Capital. Critica da Economia Politica. Livro 1. Vol. 1., 1a edição 1980. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1977 (?) (s/d).
  16. MOREIRA, A. F. B. O currículo como política cultural e a formação docente. In: SILVA, T. T., & MOREIRA, A. F. B. (org). Territórios contestados: O currículo e os novos mapas culturais. Petropolis-RJ: Vozes, 1995.
  17. MOREIRA, A. F. B. (orgs) Currículo na Contemporaneidade: incertezas e desafios. São Paulo: Cortez, 2008.
  18. OLIVEIRA, I. B. O Currículo como criação cotidiana. Rio de Janeiro: DP&A, 2012.
  19. ____________. OLIVEIRA, I. B. de. Currículos Praticados: entre a regulação e a emancipação. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
  20. PARASKEVA, J. Conflicts in Curriculum Theory: Challenging Hegemonic Epistemologies. New York: Palgrave/MacMillan, 2011.
  21. PINAR, W. F. What is Curriculum Theory. Second Edition, NY: Routledge, 2012.
  22. ____________. A equivocada educação do publico nos Estados Unidos, In: GARCIA, R. L. e
  23. PRICE, T. A. Comum para quem? Revista e-Curriculum (PUCSP), v. 13, p. 1-0000, 2014.
  24. Rio de Janeiro. Decreto nº 34121, de 12 de julho de 2011. Diário oficial eletrônico do Município do Rio de Janeiro. Ano XXV; nº 83. Rio de Janeiro, 2011.
  25. SANTOS, B. S. Se Deus fosse ativista dos Direitos Humanos. Coimbra: Almedina, 2013.
  26. ____________. (Org.) Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.
  27. ____________. (Org.) Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre as ciências revisitado. São Paulo: Cortez, 2004.
  28. ____________. Critica da Razão Indolente: Contra o desperdício da Experiência. São Paulo: Cortez, 2001/2011.
  29. ____________. Um discurso sobre as ciências. Porto: Edições Afrontamento, 1987.
  30. SILVA, I. F. O sistema nacional de avaliação: características, dispositivos legais e resultados. Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 21, n. 47, p. 427-448, set./dez. 2010.
  31. SOUZA, J. A radiografia do golpe: entenda como e porque você foi enganado. Rio de Janeiro: Le Ya, 2016.
  32. SÜSSEKIND, M. L. As (im)possibilidades de uma Base Comum Nacional. Revista e-Curriculum (PUCSP), v. 13, p. 1-0000, 2014.
  33. ____________. O ineditismo dos estudos nosdoscom os cotidianos: currículos e formação de professores, relatos e conversas em uma escola pública do município do Rio de Janeiro, Brasil. E-curriculum, São Paulo, v. 8, n. 2, ago. 2012.
  34. SÜSSEKIND, M. L.; PINAR, W. F. Quem é William F. Pinar? Petrópolis: de Petrus Et Alli, 2014.
  35. VILAÇA, M. M. Más condutas científicas: uma abordagem crítico-comparativa para in-formar uma reflexão sobre o tema. RBE/Revista Brasileira de Educação. V. 20, n. 60, p. 245-270, jan-mar 2015.