Haiti
História, silenciamento e religiosidade como tática de liberdade
DOI :
https://doi.org/10.29327/268903.6.2-9Résumé
Este artigo é um recorte de tese de doutoramento defendida em julho de 2023 e visa discutir modos de narrar e, simultaneamente, ocultar a história haitiana, principalmente no que diz respeito às lutas de resistência à escravidão vivenciada pelas populações negras da parte ocidental da ilha de Hispaniola, no Caribe e o processo de independência do Haiti no final do século XVIII e início do XIX. Essas lutas e a constituição do país caribenho, questionaram o ideário iluminista e revolucionário francês (1789-1899) e, por isso, tem sido silenciados pela historiografia além de que foram impostas uma série de embargos que impediram que o Haiti se tornasse uma nação efetivamente livre. Apresentamos uma abordagem que analisa narrativas produzidas sobre o Haiti e seus habitantes, bem como práticas de resistência elaboradas por sujeitos inscritos nesses processos de diálogo, tensões e redirecionamento dessas mesmas narrativas, visando transformá-las em instrumentos de sobrevivência e luta, como ocorre nos casos das diásporas e da prática do vodu. Trata-se de um estudo baseado em revisão bibliográfica e documental fundamentada em intelectuais como Protzel (2015), Haesbaert e Limonad (2007), Orlandi (2007) e Trouillot (2016); Édouard Glissant (2005) e James (2000) As conclusões indicam que essas limitações (do ideário iluminista), somadas às práticas de resistência elaboradas pelos subalternizados, operam como interpelação ao tempo presente, exigindo deste a inserção dos deslocados na esfera dos direitos, cuidados e proteções prometidos pela modernidade que, contraditoriamente, fincou seus alicerces sobre os corpos racializados em territórios narrados como espaços de “selvageria” e “barbárie”.
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