VAMOS EM BORA: O FUNCIONAMENTO DA GRAFIA HIPERSEGMENTADA DE EMBORA EM TEXTOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
O FUNCIONAMENTO DA GRAFIA HIPERSEGMENTADA DE EMBORA EM TEXTOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II
Palabras clave:
Hipersegmentação; Relação fala/escrita; Ensino Fundamental II.Resumen
Este artigo tem como objetivo analisar, a partir de uma concepção heterogênea de constituição da escrita, o funcionamento sintático, morfossemântico e prosódico da hipersegmentação em bora retirada de textos escritos por alunos que cursaram os quatro últimos anos do EF em uma escola pública da cidade de São José do Rio Preto - SP. Para alcançar esse objetivo, nos baseamos no funcionamento diacrônico e sincrônico do item embora e na organização prosódica da língua. Identificamos 12 ocorrências da hipersegmentação em bora, as quais evidenciam um funcionamento adverbial em 100% dos dados e ocorrem sempre em contexto de verbo de movimento (ir) + em bora. No que diz respeito às características prosódicas, observamos que a configuração prosódica da palavra embora pode ter influenciado na identificação, por parte do escrevente, de palavras da língua, como a preposição em e a palavra bora. Esses resultados evidenciam a circulação do escrevente por práticas orais/faladas e letradas/escritas.
Citas
_________. 1991. A relevância dos critérios prosódicos e semânticos na elaboração de hipóteses sobre segmentação na escrita inicial. Boletim da Abralin, Campinas, v. 11, p. 203-17.
ALI, M. S. 1964. Gramática histórica da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Melhoramentos.
BISOL, L. 1996. Constituintes prosódicos. In: ___. Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, p. 247-261.
BRASIL. 1997. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Brasília.
CÂMARA J. M. 1979. História e estrutura da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Padrão.
CAPRISTANO, C. C. 2007a. Aspectos de segmentação na escrita infantil. São Paulo: Martins Fontes.
______. 2007 b. Mudanças na trajetória da criança em direção à palavra escrita. 252 f.
Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade
Estadual de Campinas.
______. 2004. A propósito da escrita infantil: uma reflexão sobre as segmentações não-convencionais. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 39 nº 3, p. 245-260.
CHACON, L. 2004. Constituintes prosódicos e letramento em segmentações não-convencionais. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 39, n. 3, , p. 223-232.
______. 2005. Hipersegmentações na escrita infantil: entrelaçamento de práticas de oralidade e de letramento. Estudos Linguísticos, Campinas, v. 34, p. 77-86.
______. 2006. Prosódia e letramento em hipersegmentações: reflexões sobre a aquisição da noção de palavra. In: CORRÊA. M. L. G. (org.) Ensino de língua: representação e letramento. Campinas: Mercado de Letras, p. 155-167.
CORRÊA, M. L. G. 1997. O modo heterogêneo de constituição da escrita. 1997. 434f. Tese de Doutorado. Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp.
______. 2004. O modo heterogêneo de constituição da escrita. São Paulo: Martins Fontes.
COUTINHO, I. L. 1967. Pontos de gramática histórica. 6. ed. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica.
CUNHA, A. P. N. 2004. A hipo e a hipersegmentação nos dados de aquisição da escrita: um estudo sobre a influência da prosódia. Dissertação de Mestrado, UFPel, Pelotas.
______. 2010. As segmentações não convencionais da escrita inicial: uma discussão sobre o ritmo linguístico do português brasileiro e europeu. Tese de Doutorado, UFPel, Pelotas.
Dicionário Michaelis. Disponível em http://michaelis.uol.com.br/. Acesso em: 11 de abril de 2015.
FELÍCIO, C. P. 2008. A gramaticalização da concessiva embora. 180 f. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto.
FERREIRA, A. B. H. 1986. Novo dicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rev. e aum. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
FIEL, R. P. 2018. Estudo longitudinal de hipossegmentações em textos do ensino fundamental II. 125 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto.
LOPES, C. R. S. 2004. A gramaticalização de a gente em português em tempo real de longa e de curta duração: retenção e mudança na especificação dos traços intrínsecos”. Fórum Linguístico, v. 4, nº1. Florianópolis, p. 47-80.
ROMAINE, S. 1982. Socio-historical linguistics. Cambridge: CUP.
SILVA, L. M. 2014. Um estudo longitudinal das hipersegmentações de palavras escritas nos anos finais do Ensino Fundamental. 171f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto.
TENANI, L. 2011. A segmentação não-convencional de palavras em textos do ciclo II do ensino fundamental. Revista da Associação Brasileira de Linguística, v. 10, n.2, p. 91-119.
______. 2010. A grafia dos erros de segmentação não-convencional de palavras. Cadernos de Educação (UFPel), v. 35, p. 247-269.
______. 2016. Prosódia e escrita: uma análise a partir de (hiper) segmentações de palavra. 213 f. Tese (Livre-docência) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto.
______. 2015. Banco de dados de escrita do Ensino Fundamental II. FAPESP/UNESP. Disponível em: <http://www.convenios.grupogbd.com/redacoes/Login> Acesso em 10 jan. 2019.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.