LOBO ANTUNES, GERARD DE NERVAL E O SURREALISMO: APROXIMAÇÕES POSSÍVEIS?
Resumo
Apenas o sonho ou o pesadelo são capazes de reunir lirismo e horror, descrença e amor. Somente a memória é capaz de trazer vivas as lembranças do vivido, e, algumas vezes também do sonhado. Gerard de Nerval, autor romântico, com alguns vieses simbolistas em sua obra, valoriza muito o poder do sonho em suas narrativas; Lobo Antunes, autor português, faz do resgate da memória uma forma de libertar-se dos seus fantasmas interiores. O presente trabalho pretende, a partir dessa máxima, discutir eventuais aproximações entre as obras Aurélia de Gerard de Nerval e a trilogia de estreia de António Lobo Antunes, composta pelos livros Memória de Elefante, Os Cus de Judas e Conhecimento do Inferno. Também se pretende, a partir dessas obras e autores estabelecer eventuais relações com o surrealismo. Para tanto usaremos como referencial teórico às considerações de Alvaro Cardoso Gomes e o próprio primeiro manifesto do surrealismo proposto por André Breton.
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