LUTAS E RESISTÊNCIAS INDÍGENAS NO PERÍODO COLONIAL: MISCIGENAÇÃO E ETNIFICAÇÃO, NOVAS ABORDAGENS PARA O ENSINO DE HISTÓRIA
Resumo
O período colonial brasileiro (1500-1822) foi marcado por intensas revoltas, sedições e rebeliões, causadas por inúmeros motivos e protagonizadas por diversos grupos étnicos, sobretudo, pelos naturais da terra, os indígenas. Estes foram os grandes prejudicados pelo processo de expansão territorial “brasileiro” na América portuguesa, que vitimou grande parte da riqueza étnica que habitava este território. Porém, ao contrário das perspectivas pessimistas que colocam o indígena sempre em posição de coadjuvante frente o colonizador, visão essa, que ainda é amplamente disseminada nas instituições escolares de todo país. Objetivamos evidenciar os diversos movimentos de resistência indígena que se desdobraram durante o processo de expansão e ocupação do território brasileiro no período colonial, pondo-os como ferramentas fundamentais para a miscigenação e constituição da cultura brasileira, bem como para o processo de transformação cultural dos grupos indígenas. Essa abordagem procura lançar luz para novas perspectivas no Ensino de História, no que se refere a temas como, Expansão Territorial Brasileira dentre outros. Para isso, utilizamos amplamente do conceito de etnificação, presente na dissertação de Friedrich Câmara Siering, “Conquista e Dominação dos Povos Indígenas: Resistencia no Sertão dos Maracas (1650-1701)”, como metodologia utilizemo-nos de pesquisa exploratória com uma abordagem qualitativa e procedimento de revisão bibliográfica. As pesquisas elucidam uma realidade mais complexa no contato entre índios e europeus, indicando que não se tratou apenas de genocídio étnico tão pouco uma relação passiva entre dominador e dominado, ao contrário, os grupos indígenas pautavam suas ações em nítida vontade política com vistas a alcançar objetivos próprios.
PALAVRAS-CHAVES: Resistência; etnificação; Ensino de História.