Convocatória para dossiê Rebeldias epistemológicas: (Re)existindo em/nas sociedades brasileiras entre 2018 a 2022
Organizadores:
Mestrando Jardel Silva França (Ufac)
Mestranda Allípia Sulurico Silva (UFU)
O Dossiê Rebeldias Epistemológicas: (Re)Existindo em/nas Sociedades Brasileiras entre 2018 a 2022, parte de uma premência de investigação das existências humanas nas territorialidades brasileiras - sejam elas físicas, espaciais, psíquicas, emocionais, acadêmicas, religiosas - pesquisando as composições políticas, estéticas, epistêmicas e sociais dos contextos instaurados pelo Estado nos últimos anos.
Desse modo, pretende-se analisar impactos recentes do período reacionário e negacionista da política brasileira que ficou conhecido como (des)governo Bolsonaro sofrido entre 2018 a 2022. Tal período, teve muitos impactos destrutivos nas políticas públicas para promoção da igualdade racial, de gênero, saúde, equidade social e sexual. Em oposição a isso, movimentos sociais e individuais se fizeram - como sempre - presentes, resistindo, existindo e se opondo aos desmontes produzidos.
Com o CIStema heteronormativo no poder operando as estruturas estruturantes (Almeida, 2020), nós sujeitas, sujeitos e sujeites que desobedecemos a raça, a classe, o gênero e a sexualidade somos apagadas, apagados, apagades com silêncios institucionais, estruturais e individuais. E o rompimento desses silêncios nos alocam em uma subalternidade discursiva (Spivak, 2018) em que não somos ouvidas, ouvidos e ouvides. Causar uma fissura no CIStema vigente, ultrapassar o que eles chamam de “mimimi”, ou mesmo engendrar estratégias de fuga, pode se configurar em lugares de rebeldia as sociedades brasileiras que sempre nos colocaram em estados de silenciamentos, nos rotulando de caricaturais, emudecendo nossas corpas, corpos e corpes, desumanizando-nos.
Configurar rebeldias epistemológicas significa operar nas existências e resistências ditas marginais, subalternas e perigosas, portanto, as (re)existências apresentadas aqui se farão no campo das letras, das oralidades, das vivências violentadas, das estéticas saqueadas, das epistemologias assassinadas, que darão espaço para vozes silenciadas e corporalidades apagadas. Desse modo, alimentamos a alternância de poder com as contribuições de artigos, resenhas, ensaios, entrevistas para a edição 2023.2 da Revista DAS AMAZÔNIAS (Qualis B3) apresentando novos formatos e modos de composições existenciais, tanto em movimentos sociais, quanto em âmbitos acadêmicos, políticos, estéticos, artísticos, sustentáveis nas experiências coletivas e individuais, a serem submetidos de acordo com as normas até dia 05 de janeiro de 2024.