O QUE DIZEM AS VOZES DA LOUCURA?
Abstract
A loucura tem voz, corpo, discursos e anunciações. O presente artigo questiona o modelo eurocêntrico de relação com o sujeito louco, modelo este pautado nas decisões jurídicas, médicas e de normatização das subjetividades. Para esta discussão a autora convida personalidades como Rosa Jardim, residente de um hospital psiquiátrico, o artista plástico Bispo do Rosário, o escritor e jornalista Lima Barreto e a artista inglesa Mary Barnes a conversarem entre si e com autoras e autores das amazônias que questionam a escrita da história desta região a partir do olhar do colonizador. As provocações e questionamentos sobre o lugares de enunciação daqueles que inventaram representações e verdades sobre a Amazônia impulsionaram a autora a questionar também os locais de enunciação das escritas e invenções sobre as loucuras. Este escrito propõe e fundamenta que os estigmas e verdades associadas à loucura poderão ser ressignificadas quando os sujeitos loucos puderem transitar em todos os campos sociais; não somente nas ruas, nas praças e nas escolas, mas também na e para uma nova escrita da sua história.