LEITURAS EM TRÂNSITO: O TRAJETO RIBERINHO/PROFESSOR/PESQUISADOR/LEITOR
Resumo
Este trabalho se propõe a uma reflexão a respeito da noção de identidades a partir das discussões realizadas na disciplina “Literatura, Memória e Identidade” do mestrado em Letras da Universidade Federal do Acre e da minha própria trajetória como um sujeito cujo devir se constitui no trânsito entre o seringal e a cidade. É nessa busca de observar como essas identidades são construídas que o presente artigo se desenvolverá aproximando-se de noções básicas que auxiliem numa reflexão mais particularizada de um trajeto antropológico marcado pela leitura como amálgama que funde realidades. Mas para que seja possível essas reflexões, foram necessárias entender alguns conceitos expostos por pesquisadores que debatem sobre identidades. As discussões elaboradas por esses autores em torno do diálogo necessário para a construção de identidades (Moura), da insegurança nas definições de identidades por parte dos indivíduos no mundo atual (Bhabha e Bauman), da concepção de fronteira como lugar de trânsito e dualidade (Baller) e, por fim, da identidade como algo em constante estado de transformação e ebulição (Rajagopalan), me auxiliaram no processo de leitura de uma realidade específica. Sendo apresentado ainda autores que discutem sobre o processo de leitura, como: a complexidade de Morin, Foucambert e Freire. A reflexão feita aqui se estrutura a partir da análise de três momentos/espaços/identidades de minha trajetória, quais sejam, professor/leitor/ribeirinho. Logo, para um entendimento mais claro dos três termos, bem como, da relação entre eles, foram elaboradas três narrativas que deram base para essa reflexão.
Palavras chave: Identidade. Leituras em Trânsito. Fronteira.
Referências
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