QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE LINGUIÇAS TIPO FRESCAL COMERCIALIZADAS NO INTERIOR DO ESTADO DE RONDÔNIA

Autores

  • Tiago Barcelos Valiatti Universidade Federal de São Paulo
  • Juliana Rodrigues Santana Departamento de Ciências Biológicas, Centro Universitário Luterano de Ji – Paraná (CEULJI/ULBRA).
  • Fernanda Fernandes dos Santos Laboratório Alerta, Disciplina de Infectologia – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
  • Natália Faria Romão Departamento de Ciências Biológicas, Centro Universitário Luterano de Ji – Paraná (CEULJI/ULBRA).
  • Fabiana de Oliveira Solla Sobral Departamento de Biomedicina, Centro Universitário Luterano de Ji – Paraná (CEULJI/ULBRA).

Palavras-chave:

Qualidade microbiológica, Linguiças tipo Frescal, Salmonella spp.

Resumo

Objetivo: Avaliar a qualidade microbiológica de amostras de linguiças do tipo frescal comercializadas no interior do Estado de Rondônia. Materiais e Métodos: Foram coletadas amostras de linguiças em dois supermercados do município de Teixeirópolis e em três supermercados do município de Ouro Preto do Oeste, perfazendo um total de 15 amostras. Essas foram submetidas a análise de coliformes totais e coliformes termotolerantes por meio da técnica de Número Mais Provável (NMP/g), detecção de presença ou ausência de Salmonella spp. e quantificação de Listeria monocytogenes. Resultados: 100% das amostras analisadas apresentaram positividade para coliformes totais, com contagens variando de 1,1x101 a 1,1x103 NMP/g. Com relação aos coliformes termotolerantes, 33,3% das amostras foram consideradas impróprias para o consumo, por apresentarem contagens superiores ao recomendado pela legislação. Além disso, 6,5% estavam contaminadas por Salmonella spp. e, portanto, em desacordo com a RDC Nº 12, de 02 de janeiro de 2001. Nenhuma das amostras apresentaram resultados positivos para contaminação por L. monocytogenes. Conclusão: Os resultados encontrados no presente estudo evidenciam que parte das amostras estavam impróprias para consumo, demonstrando a necessidade de implementação de medidas de higiene e controle mais eficazes.

Biografia do Autor

Tiago Barcelos Valiatti, Universidade Federal de São Paulo

Farmacêutico graduado pelo Centro Universitário Luterano de Ji - Paraná, Mestre em Microbiologia e Imunologia pela Universidade Federal de São Paulo e atualmente é aluno de doutorado do Programa de Pós Graduação em Infectologia da UNIFESP. Tem experiência na área de microbiologia dos alimentos, microbiologia clínica e atividade biológica de compostos naturais. 

Fernanda Fernandes dos Santos, Laboratório Alerta, Disciplina de Infectologia – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Farmacêutica (UFJF), Mestre em Genética (UFJF), Doutora em Microbiologia e Imunologia (UNIFESP). Atualmente é Pós - Doutoranda do Laboratório Alerta da Disciplica de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo.

Referências

REFERÊNCIAS

1. LEAL, D. Crescimento da alimentação fora do domicílio. Segurança alimentar e nutricional. v.17, n.1, p.123-132, 2010.
2. RAMUNDO, A.; COUTO, S.M.; LANZILLOTTI, H.S. Elaboração e análise sensorial de linguiças caseiras. Revista Higiene Alimentar, v. 128, n.19, p.70-77, 2005.
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA. Consulta pública n° 363, de 05 de julho, 2017. Dispões sobre os aditivos alimentares autorizados para uso em carnes e produtos cárneos. Disponível em: www.anvisa.gov.br.
4. BRASIL, Decreto N°9.013, de 29 de março de 2017. Regulamenta a Lei n° 1283, de 18 de dezembro de 1950, e a Lei n° 7889, de 23 de novembro de 1989, que dispõem sobre a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal. 2017.
5. SOUZA, M., PINTO, F. G. S., BONA, E. A. M., MOURA, A. C. Qualidade higiênico-sanitária e prevalência de sorovares de Salmonella em linguiças frescais produzidas artesanalmente e inspecionadas, comercializadas no oeste do Paraná, Brasil. Arquivo Instituto Biológico, São Paulo, v. 81, n. 2, p. 107-112, 2014.
6. ADAMI, F.S. BOSCO, S.M.D.; ALTENHOFEN, G.; SOUZA, C.F.V.; OLIVEIRA, E.C. Avaliação da qualidade microbiológica de linguiças e queijos. Caderno pedagógico. v.12, n.1, p.46 – 55, 2015.
7. ALMEIDA, G. C., SILVA, J. R., GOSLAR, M. S., SANTOS, M. M., BORSOI, A. Pesquisa de Salmonella spp. e Staphylococcus spp em linguiça frescal de frango adquirida no comercio varejista de São Bento do Sul-SC. Revisa Eletrônica Biociências, Bioecnologia e Saúde. Curitiba. v.6, n.15, p.137-139, 2016.
8. BEZERRA, M. V. P., ABRANTES, M. R., SILVESTRE, M. K. S., SOUZA, E. S., ROCHA, M. O. C., FAUSTINO, J. G., SILVA, J. B. A. Avaliação microbiológica e fisico-quimica de linguiça toscana no município de Mossoró, RN. Arquivo do Instituto Biologico. São Paulo, v. 79, n. 2, p. 297-300, 2012.
9. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regulamento técnico de identidade e qualidade de lingüiça. Instrução Normativa n° 4 de 31 de março de 2000. Diário Oficial da União, Brasília 2000.
10. DAGUER, H., SILVA, H. D., HIGASHIYAMA, E., ZANETTE, C. M., BERSOT, l. S. Qualidade de produtos cárneos fabricados sob inspeção Federal no Estado do Paraná. Ciência Animal Brasileira. Goiânia, v.12, n. 2, p.359-364, 2011.
11. CARVALHO, A. C. F. B., CORTEZ, A. L. L. Salmonella spp. Em carcaças, carne mecanicamente separada, linguiças e cortes comerciais de frango. Ciência Rural, Santa Maria, v. 35, n.6, p.1465-1468, 2005.
12. MARQUES, S. C., BOARI, C. A., BRCKO, C. C., NASCIMENTO, A. R., PICCOLIS, R. H. Avaliação higiênico-sanitária de linguiças tipo frescal comercializadas nos municípios de Três Corações e lavras- MG. Ciências Agrotec. Lavras, v.30, n.6, p. 1120-1123, 2006.
13. DELBONI, R. R., YANG, H. M. Dinâmica populacional aplicada à conservação de alimentos: Interação entre Listeria Monocytógenes e Bactérias Lácticas. Sociedade Brasileira de matemática aplicada a computacional. Campinas- SP, n. 3, p. 375-384, 2008.
14. DABES, A. C., SANTOS, W. L. M., PEREIRA, E. M. Atividade antimicrobiana de bactérias lácticas isoladas de produtos cárneos frente a Listeria Monocytogenes e Staphylococcus aureos. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária. v.53, n.1, 2001.
15. CAVALIN, P. B. B., SARMIENTO, J. J. P., KOBAYASHI, R. K. T., NAKAZATO, G., OCANÃ, A. N., OLIVEIRA, T. C. R. M. Pesquisa de Salmonella spp e Escherichia coli diarreiogênica em linguiças suínas frescas. Ciências Agrárias, Londrina, v.39, n. 4, p.1533-1546, 2018.
16. WELKER, C. A. D., BOTH, J. M. C., LONGARAY, S. M., HAAS, S., SOEIRO, M. L. T., RAMOS, R. C. Análise microbiológica dos alimentos envolvidos em surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA) ocorridos no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v.8, n.1, p. 44-48, 2010.
17. DIAS, P. A., CONCEIÇÂO, R. C. S., COELHO, F. J. O., TEJADA, T. S., SEGATTO, M., TIMM, C. D. Qualidade higiêncio-sanitaria de carne bovina moída e de embutidos frescais comercializados no sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Arquivo Instituto Biológico, São Paulo, v. 75, n. 3, p. 359-363, 2008.
18. SHINOHARA, N. K. S., BARROS, V. B., JIMENEZ, S. M. C., MACHADO, E. C. L., DUTRA, R. A. F., FILHO, J. L. L. Salmonella spp., importante agente patogênico veiculado em alimentos. Revista Ciência e Saúde Coletiva. v.13, n.5, p.1675-1683, 2008.
19. MACHADO, G. B., MOURA, S. V., FORTES, T. P., FELIX, S. R., TIMM, C. D., SILVA, E. F. Impacto da Salmonelose na suinoculura e suas implicações na saúde pública. Arquivo Instituto Biológico, v. 83, 1-5, 2016.
20. LOUGUERCIO, A. P., ALEIXO, J. A. G., VARGAS, A. C., COSA, M. M. Elisa indireto na detecção de Salmonella spp em linguiça suína. Revista Ciência Rural, v. 32, n. 6, 2002.
21. BERNADES, N. B., FACIOLI, L. S., FERREIRA, M. L., COSTA, R. M., SA, A. C. F. Intoxicação alimentar um problema de saúde pública. Revista multidisciplinar de psicologia. v. 12, n. 42, p. 894-906, 2018.
22. SILVA, W. P., LIMA, A. S., GANDRA, E. A., ARAUJO, M. R., MACEDO, M. R. P., DUVAL, E. H. Listeria spp no processamento de linguiça frescal em frigoríficos de Pelotas, RS, Brasil. Revista Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.3, p.911-916, 2004.
23. BARANCELLI, G. V., CRUZ, J. V. S., PORTO, E., OLIVEIRA, C. A. F. Listeria Monocytogenes: Ocorrência em produtos lácteos e suas implicações em saúde pública. Arquivo Instituto Biológico. São Paulo. v.78, n.1, p.155-168, 2011.
24. SILVA, H.R., GIANOGLOU, F.M., CAMPOS, M.F., GRACIANO, E. M. A., TOLEDO, R.C.C. Listeriose: uma doença de origem alimentar pouco conhecida no Brasil. Higiene Alimentar. v. 30, n. 262/263, 2016.
25. SILVA, N. et al. Manual de métodos de análises microbiológicas de alimentos e água.4.ed. São Paulo: Livraria Varela; 2010.
26. SALOTTI, B.M.; CARVALHO, A.C.FB.; AMARAL, L.A.; VIDAL-MARTINS, A.M.C.; CORTEZ A.L. Qualidade microbiológica do queijo Minas frescal comercializado no município de Jaboticabal, SP, Brasil. Arquivo do Instituto Biológico. n.73, v.2, p.172-175, 2006.
27. ALBERTI, J; NAVA, A. Avaliação higiênico-sanitária de linguiças tipo frescal comercializadas a granel por supermercados e produzidas artesanalmente no município de Xaxim, SC. Unoesc & Ciência, Joaçaba, v. 5, n. 1, p. 41-48, 2014.
28. MANTOVANI, D.; CORAZZA, M.L.; FILHO, L.C.; COSTA, S.C. Avaliação higiênico-sanitária de linguiças tipo frescal após inspeção sanitária realizada por órgãos federal, estadual e municipal na região noroeste do Paraná. Saúde e Pesquisa. v.4, n.3, p.357-362, 2011.
29. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Nacional. RDC n.º 12 de 2 de janeiro de 2001. Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, 2001.
30. BEZERRA, M.V.P. ABRANTES, M.R. SILVESTRE, M.K.S. SOUSA, E.S. ROCHA, M.O.C. FAUSTINO, J.G. SILVA, J.B.A. Avaliação microbiológica e físico-química de linguiça toscana no município de Mossoró, RN. Arquivos do Instituto Biológico. v.79, n.2, p.297-300, 2012
31. MERLINI, L.S.; BEGOTTI, I.L.; MERLINI, N.B.; CAETANO, I.C.S. Avaliação higiênico-sanitária de linguiças tipo frescal produzidas artesanalmente na região noroeste do Paraná. Enciclopédia Biosfera. v.8, n.15, p. 344 – 352, 2012.
32. BRASIL. Ministério da Saúde. Surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos no Brasil. Dados epidemiológicos. Brasília, 2019. Disponível em: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2019/maio/17/Apresentacao-Surtos-DTA-Maio-2019.pdf
33. CARDOSO, T.G.; CARVALHO, V.M. Toxinfecção alimentar por Salmonella spp. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v.65, n.1, p.46-49, 2006.
34. SIMÕES, M.; ROCHA, M.M.M.; PISANI, B.; PRANDI, M.A.G, LEMES-MARQUES, E.G. Salmonella enteriditis: importância do inquérito epidemiológico, análise de alimentos e coprocultura na elucidação de 167 surtos alimentares. Revista Instituto Adolfo Lutz, v. 4, n. 69, p. 497-502, 2010.
35. SOUZA, M.; PINTO, F.G.S.; BONA, E.A.M.; MOURA, A.C. Qualidade higiênico-sanitária e prevalência de sorovares de Salmonella em linguiças frescais produzidas artesanalmente e inspecionadas, comercializadas no oeste do Paraná, Brasil. Arquivos do Instituto Biológico. v.81, n.2, p. 107- 112, 2014
36. VALIATTI, T.B. et al. Avaliação microbiológica de linguiças tipo frescal comercializadas em supermercados do município de Ji – Paraná, Rondônia. Revista da universidade do Vale do Rio Verde. v.14, n.2, p. 678-686, 2016.
37. Regulamento (CE) N° 1441/07 de 05 de dezembro de 2007, que altera o Regulamento (CE) 2073/05 relativo a critérios microbiológicos aplicáveis aos gêneros alimentícios. Jornal Oficial da União Européia.
38. FOODAND DRUG ADMINISTRATION (FDA) 2011. Fish andfishery products hazards and controls guidance. U.S.Department of Health and Human Services, Public HealthService, Food and Drug Administration USA.
39. GONÇALVES, A. A. Tecnologia do Pescado: Ciência, Tecnologia, Inovação e Legislação. 1° ed. Atheneu.2011.
40. CASTRO, V.; ESCUDERO, J.M.; RODRIGUEZ, J.L.; MUNIOZGUREN, N.; URIBARRI, J.; SAEZ, D. Listeriosis outbreak caused by lat-in-style fresh cheese, Bizkaia, Spain, august 2012. EuroSurveillance. v.17, n.42, 2012.
41. SMITH, S.; MOORHOUSE, E. MONAGHAN, J.; TAYLOR, C.; SINGLETON, I. Sources and survival of Listeria Monocytogenes on fresh, leafy produce. Journal of Applied Microbiology. v.125, n.4, p.930-942, 2018.
42. Braga, V. et al. Prevalence and serotype distribuition of Listeria monocytogenes isolated from foods in Montevideo-Uruguay. Brazilian Journal of Microbiology. v.48, n.4, p.689-694, 2017.
43. MARTÍN, B. et al. Diversity and distribuition of Listeria monocytogenes in meat processing plants. Food Microbiology. v.44, p.119-127, 2014.
44. ALMEIDA, T. L. Pesquisa de Listeria monocytogenes em linguiças do tipo frescal. [Dissertação] 77p. Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.
45. RAMOS, L. P. Listeria monocytogenes em linguiças do tipo frescal vendidos a varejo no município de Salvador-BA e eficácia do bacteriófago P100 no controle da contaminação pelo patógeno. [Dissertação], Faculdade de Farmácia – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.
46. SILVA, W. P.; LIMA, A.S.; GRANDA, E. A.; ARAÚJO, M. R.; MACEDO, M.R.P.; DUVAL, H. D. Listeria spp. no processamento de linguiça frescal em frigoríficos de Pelotas, RS, Brasil. Ciência Rural. v.34, n.3, 2004.

Downloads

Publicado

2021-06-29

Como Citar

Barcelos Valiatti, T., Rodrigues Santana, J. ., Fernandes dos Santos, F., Faria Romão, N., & de Oliveira Solla Sobral, F. . (2021). QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE LINGUIÇAS TIPO FRESCAL COMERCIALIZADAS NO INTERIOR DO ESTADO DE RONDÔNIA. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological, 8(1), 190–202. Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/SAJEBTT/article/view/3509

Edição

Seção

Artigos Originais Ciências Biológicas

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)