FABRICANDO ROMANCE: O ARQUÉTIPO FEMININO EM COMÉDIAS ROMÂNTICAS

Autores

Palavras-chave:

Comédia romântica; arquétipo; feminilidade; filme de gênero

Resumo

Este artigo busca analisar os aspectos da construção de comédias românticas e compreender como se dá a elaboração de arquétipos e estereótipos femininos dentro do gênero. Traçando diferentes imagens midiáticas de feminilidade, arquétipos da heroína romântica e construções do papel social da mulher, o artigo expõe a estreita relação entre os papéis da mulher na sociedade e a protagonista mulher nos filmes em uma troca bilateral na qual os filmes se constroem a partir dos modelos culturais existentes e a cultura acerca da mulher se baseia em representações fílmicas. Os diferentes paradigmas são associados aos seus contextos históricos e a aproximação contextualizada propõe as comédias românticas como essa mediação de modelos da feminilidade. São explorados ainda os impactos desses estereótipos femininos no imaginário de jovens mulheres que foram educadas sobre amor e romance com esses produtos culturais.

Biografia do Autor

Isabella Ricchiero Stefanini, Unicamp

Graduanda em Comunicação Social - Midialogia na Universidade Estadual de Campinas (2017-). Realizou semestre em intercâmbio na University of Leeds (jan 2019 - jun 2019), com focos em cinema musical e semiologia. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Cinema, atuando principalmente nos seguintes temas: curta-metragem, cinema universitário, cinema campineiro e filme experimental.

Pedro Maciel Guimarães, Unicamp

Professor do Departamento de Multimeios, Cinema e Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Multimeios (Instituto de Artes - Unicamp). Possui Graduação em Comunicação Social (Habilitação Jornalismo) pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Mestrado e Doutorado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Sorbonne Nouvelle (Paris III) e Pós-doutorado em Cinema no Departamento de Cinema, TV e Rádio da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (CTR-ECA/USP). Coordena do grupo de estudos sobre o ator no audiovisual (GEAs - Unicamp) e participa como membro do Grupo de Pesquisas em Dramaturgia e Cinema (GPDC - Unesp/Araraquara) e do Grupo de Pesquisas em Gêneros Cinematográficos e Audiovisuais (GENECINE - Unicamp), além de pesquisador associado do Laboratório ACCRA/Universidade de Strasbourg (França). É autor do livro Helena Ignez, atriz experimental (ACCRA/Univ.de Strasburgo, 2018) e organizou os livros-catálogos "Douglas Sirk, o príncipe do melodrama (CCBB, 2012) e Cineastas do nosso tempo (CCBB, 2012). Desde 2011, integra o comitê de seleção e curadoria das Mostras de Cinema de Tiradentes, CineOP e CineBH. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Análise e Interpretação de Formais Audiovisuais e Sonoras Cinema Video Tv, Historia e Estética do Cinema Mundial, Historia e Estética do Audiovisual Brasileiro; atuando principalmente nos seguintes temas: história e estética do cinema e do audiovisual, atores de cinema, cinema de gênero (melodrama, musicais, filme noir), trocas culturais entre Europa e Hollywood e cinema e teatro. Foi coordenador associado da graduação em Midialogia (2017-2019) e é coordenador do Programa de Pós-graduação em Multimeios desde 2019.

Referências

Referências filmográficas

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ALEX Strangelove. Craig Johnson. EUA: Netflix, 2018. 99 min, cor.
ALGUÉM Especial (Someone Great). Jennifer Kaytin Robinson. EUA: Netflix, 2019. 92 min, cor.
ATAQUE da Mulher de 15 Metros (Attack of the 50 Foot Woman). Nathan Juran. EUA: Allied Artists Pictures, 1958. 65 min, mono, preto e branco, 35 mm.
BONEQUINHA de Luxo (Breakfast at Tiffany’s). Blake Edwards. EUA: Allied Artists Pictures, 1961. 65 min, mono, preto e branco, 35 mm.
CRUSH à Altura (Tall Girl). Nzingha Stewart. EUA: Netflix, 2019. 101 min, cor.
LEVADA da Breca (Bringing Up Baby). Howard Hawks. EUA: RKO Radio Pictures, 1938. 102 min, mono, preto e branco, 35 mm.
LINDA Mulher, Uma. (Pretty Woman). Garry Marshall. EUA: Touchestone Pictures, 1990. 119 min, stereo, cor, 35 mm.
NOIVA em Fuga (Runaway Bride). Garry Marshall. EUA: Touchestone Pictures, 1999. 116 min, Dolby Digital, cor, 35 mm.
NOIVO Neurótico, Noiva Nervosa. (Annie Hall). Woody Allen. EUA: United Artists, 1977. 93 min, mono, cor, 35 mm.
PARA Todos Os Garotos Que Já Amei (To All The I've Loved Before). Susan Johnson. EUA: Netflix, 2018. 99min, cor.
PROPOSTA, A (The Proposal). Anne Fletcher. EUA: Touchstone Pictures, 2009. 108 min, Dolby Digital, cor, 35 mm.
QUANTO Mais Quente Melhor (Some Like It Hot). Billy Wilder. EUA: Mirisch Company, 1959. 121 min, mono, preto e branco, 35 mm.
SIERRA Burgess é uma Loser (Sierra Burgess is a Loser). Ian Samuels. EUA: Netflix, 2018. 105min, proporção: 1.85 : 1, cor.
SINTONIA do Amor (Sleepless in Seattle). Nora Ephron. EUA: TriStar Pictures, 1993. 105 min, Dolby Digital, cor, 35 mm.
TUDO acontece em Elizabethtown (Elizabethtown). Cameron Crowe. EUA: Paramount Pictures, 2005. 123 min, Dolby Digital, cor, 35 mm.
VOCÊ Nem Imagina (The Half Of It). Alice Wu. EUA: Netflix, 2020. 104 min, cor.

Referências bibliográficas

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Publicado

2020-11-09

Como Citar

Ricchiero Stefanini, I., Maciel Guimarães, P. ., & do Amaral Griguol, N. (2020). FABRICANDO ROMANCE: O ARQUÉTIPO FEMININO EM COMÉDIAS ROMÂNTICAS. TROPOS: COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA (ISSN: 2358-212X), 9(2). Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/tropos/article/view/3976

Edição

Seção

Dossiê - Potências políticas do pop: gênero e ativismo na cultura pop