A IMAGEM DO “OUTRO”
A ALTERIDADE QUESTIONANDO O “HOMEM CORDIAL”
DOI:
https://doi.org/10.29327/216346.6.2-9Palabras clave:
Narrativas. Haitianos no Brasil. Amazônia acreana. Linguagem e cultura.Resumen
A proposição central deste artigo é o estabelecimento de um diálogo com narrativas de homens e mulheres deslocados do Haiti para o interior da “fronteira brasileira”, no estado do Acre. Uma parte dessas narrativas foram coletadas diretamente em entrevistas feitas com os próprios haitianos e outras foram retiradas de reportagens veiculadas pelas emissoras de TV locais e/ou jornais eletrônicos que discorreram sobre o tema da imigração haitiana. Com base nessas narrativas discutimos aspectos apresentados como relevantes para a escolha do Brasil como rota para um grande contingente de pessoas que entraram nesse país por intermédio dos municípios acreanos de Assis Brasil, Brasileia e Epitaciolândia. Nesse sentido, o foco do texto é para as representações por eles construídas a respeito dos brasileiros e do Brasil, assim como o papel desempenhado pela ocupação militar realizada pelas tropas da ONU, sob a liderança do Brasil no Haiti desde 2004. Também como parte dessas representações, aborda-se a imagem acerca dos brasileiros a partir da recepção direcionada aos haitianos no Acre.
Citas
ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985.
AGAMBEN, G. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2004.
BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política vol.1, 3 ed. Brasiliense: São Paulo, 1987.
BOSI, E. Memória e sociedade: lembrança de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988.
CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: artes do fazer. 3 ed. Trad. Ephrain Ferreira Alves. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1998.
CHAUI, M. Conformismo e resistência — aspectos da cultura popular no Brasil. 4. ed., São Paulo, Brasiliense, 1986.
DAMATTA, R. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. 6 ed., Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
FANON, F. Os condenados da terra. Trad. Alice A. rocha & Lucy Magalhães. Juiz de Fora-MG: Editora UFJF, 2006.
FERNAND JEAN PIERRE. Entrevista, Brasiléia, 31/01/2012.
GILROY, P. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. Trad. Patrícia Farias. São Paulo: Editora 34, 2001.
GLISSANT, E. Introdução a uma poética da diversidade. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2005.
GONDIN, N. A invenção da Amazônia. São Paulo: Marco zero, 1994.
GUINOT GERLIN. Entrevista, Rio Branco, 11/08/2013.
HAITIANOS AMARGAM FOME, SEDE E A DESESPERANÇA NO PERU. Disponível em . Acesso em 06/03/2014.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de janeiro: DP&A, 2006.
HARDMAN, F. F. A vingança da hileia: Euclides da Cunha, a Amazônia e a literatura moderna. São Paulo: Editora UNESP, 2009.
HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. 12. ed. Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 2002.
JAMES, C. L. R. Os Jacobinos negros: Toussaint L’Ouverture e a Revolução de São Domingos. Tradução de Afonso Teixeira Filho. São Paulo: Boitempo, 2000.
LEONEL JOSEPH. Entrevista retirada do blog do Altino Machado, Brasiléia, 18/04/2011.
PERROT, M. Os excluídos da História: operários, mulheres, prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
PRATT, M. L. Os olhos do império: relatos de viagem e transculturação. Trad. Jézio Gutierre. Bauru: EDUSC, 1999.
SARLO, B. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. Trad. Rosa Freire D’aguiar. São paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: UFMG, 2007.
TERVENKUS PETIT. Entrevista, Rio Branco, 02/06/2013.