O ser social na espreita da educação
formação e (ou) trabalho?
DOI:
https://doi.org/10.29327/210932.9.2-11Palavras-chave:
Educação. Políticas Educacionais. Capitalismo. Formação.Resumo
Este artigo tem como escopo refletir sobre o sentido da educação diante do impacto das reformas educacionais para a formação humana, especificamente a Reforma do Ensino Médio, proposta pela Lei nº. 13.415/2017, na última fase da educação básica. Apresenta como questões problematizadoras a precarização do ensino público, a partir de alianças com interesses privados, e a padronização de ações, a partir das políticas educacionais, desconsiderando a autonomia e a heterogeneidade locais. Elaborado a partir de análise dos documentos que dão embasamento legal e normativo à Reforma do Ensino Médio e através de uma revisão bibliográfica para consolidar um aporte teórico que subsidie tal discussão. Assim, recorre-se a autores como Marx (2013), Mészáros (2008), Bourdieu (2015), além de outros, para buscar na teoria crítica o real sentido sociocultural da educação. Ao que se conclui que a qualidade de ensino não depende propriamente das políticas educacionais.
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