SABERES E RESISTÊNCIAS ANCESTRAIS DA AMAZÔNIA:
A PRÁTICA DAS PLANTAS MEDICINAIS NAS TRADIÇÕES HUNI KUIN E AFRO-BRASILEIRAS EM SUAS CONEXÕES COM O SAGRADO
Abstract
O presente trabalho busca dialogar com a utilização das plantas medicinais por parte dos indígenas Huni Kuin e tradições de origem afro-brasileira como algo bem mais profundo e intimamente atrelado as suas cosmologias, sendo ainda a expressão das vivências e saberes dos povos da Amazônia que resistem as transformações introduzidas pela cultura dos não indígenas. A partir de uma metodologia bibliográfica, com a realização de pesquisas em obras que já trazem discussões sobre a temática o trabalho dialoga com os autores como Maria Ariádina e Teresa Cruz (2016), Gavazzi (2012), Reginaldo Prandi (2020),Walter Mignolo (2008), dentre outros. Desse modo, primeiramente falamos das plantas medicinais para os Huni Kuin. O povo em questão, chamados pelos de fora de Kaxinawa, transmitiam sua medicina tradicional para futuras gerações por meio da oralidade, mas nos últimos anos o pajé Agostinho Ika Muru sentiu a necessidade de registrar de forma escrita todos estes conhecimentos para deixar de herança aos descendentes de seu povo, além de ter escrito dois livros foi o impulsionador do parque medicinal “Fundo Segredo”, um lugar sagrado e com grande ressignificação. Após essa discussão, trazemos em questão as plantas para os povos afro-descendentes, estes executam suas práticas sagradas acompanhadas dose saberes passados de geração à geração. Assim, o uso das plantas medicinais por esses grupos representação os saberes do passado utilizados no presente em um espaço natural.