O LOUCO OU O COMUNISTA: DISCURSO, PODER E EXCLUSÃO EM GÓIÁS
Abstract
O presente artigo, busca analisar as construções e desconstruções narrativas da loucura a partir de um caso específico, o do polonês radicado de guerra no estado de Goiás, que acusou o então governador do estado em 1964, Mauro Borges de subversão e tentativa e aplicar um golpe comunista. Pawel Gutko, se viu entre duas tramas discursivas que hora o taxavam como louco e hora tinha suas falas validadas pela Ditadura Militar brasileira que o taxava de comunista. Neste sentido o trabalho não só aponta para as relações entre a Ditadura Militar e as Instituições totais como os manicômios, como também para utilização do conceito de loucura como forma de controle social e político nos anos de chumbo. As fontes analisadas são parte do Inquérito Policial Militar e outras que compõe o contexto para a construção desta dimensão de loucura e normalidade, partindo de duas fontes narrativas: as falas do governador acusado de subversão e do Regime Militar que intentava sua deposição.