ICONICIDADE E REALIDADE: UM OLHAR SOBRE A PRODUÇÃO DE SINAIS DOS SURDOS DO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL/AC

Autores

  • Ivanete Freitas Cerqueira UniAges
  • Elizabeth Reis Teixeira UFBA

Resumo

Este trabalho tem como objetivo verificar como a iconicidade, processo cognitivo que reflete a semelhança entre o significante e o significado, manifesta a realidade individual e coletiva do usuário de língua de sinais. Para isso, utilizaram-se os dados de cinco sujeitos surdos, adolescentes, naturais da cidade de Cruzeiro do Sul (AC) e estudantes da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os sujeitos foram eliciados a partir da técnica de nomeação espontânea e os dados coletados apontaram para o fato de os sujeitos imprimirem no sinal suas experiências pessoais e comunitárias, a partir do processo de seleção de imagens. Desse modo, observou-se que os sujeitos em questão optaram por selecionar imagens que mostram o ponto de vista de quem age sobre o objeto, ao invés de optar pela visão que se tem do objeto em si. Assim, chegou-se à conclusão preliminar de que os sinais icônicos, quando nomeiam objetos, estão também narrando eventos que traduzem a realidade individual e cultural de seus sinalizadores.

Palavras-chave: iconicidade, língua de sinais, sinalizador.

Biografia do Autor

Ivanete Freitas Cerqueira, UniAges

Graduada e Mestre em Letras pela UFBA, atualmente trabalha no Colegiado de Letras na UniAges. Seu campo de pesquisa é aquisição da linguagem de surdos e ouvintes.

Referências

BENVENISTE, É. Problemas de linguística geral. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976.

______. Problemas de linguística geral II. 2. ed. Campinas: Pontes, 2006.

CHAMARELLI FILHO, Milton. . A dimensão experiencial da linguagem. Muiraquitã, Rio Branco, 2005, 1 :109-118.

CUXAC, C. Iconicité des Langues des Signes. Faits de langues, Paris, mar/1993, 1 : 47-56.

______. Langue et langage : un apport critique de la langue des signes française. Langue française, Paris, 2000, 1 : 12-31, vol. 137.

FUSELLIER-SOUZA, I. Sémiogenèse de langues des signes : études des langues de signes émergentes (LS ÉMG) pratiqués par de sourds brésiliens. Tese (Doutorado em Ciências da Linguagem) – Universidade de Paris, Paris, 2004.

NUCKOLLS, J. The case for sound symbolism. Annu. Rev. Anthropology, Birminghan, 1999, 28: 225-52.

SALLANDRE, M-A. Les unités du discours en Langue des Signes Française : tentative de catégorisation dans le cadre d’une grammaire de l’iconicité. Tese (Doutorado em Ciências da Linguagem) – Universidade de Paris, Paris, 2003.

SANTAELA, L. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 2005. (Col. primeiros passos).

______. Matrizes da linguagem e pensamento: sonora, visual, verbal. 3. ed. São Paulo: Iluminuras/FAPESP, 2005.

SAUSSURE, F. de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 1976 [1916].

SILVA, C. T. S. Considerações em torno da adaptação do protocolo palavras e gestos do inventário MacArthur de desenvolvimento comunicativo. Inventário (UFBA), v. 5, p. 5, 2006.

TAUB, S. Iconicity in American sign language: concrete and metaphorical applications. Spacial cognition and computation. Netherlands, 2000, 2: 31-50.

TEIXEIRA, E. R. Exame Fonético-Fonológico ERT. Salvador: (s./e.). 2006.

______; SILVA, C. T. S. Contagem de frequência dos padrões silábicos. Revista GELNE, Fortaleza, v. 2, n. 2, p. 139-142, 2000.

______, E. R. Palavras versus enunciados: eliciação de dados em fonologia em desenvolvimento. Estudos Linguísticos e Literários. Salvador, v. 21-22, p. 59-68, 1998.

YAVAS, M. et al. Avaliação fonológica da criança: reeducação e terapia. Porto Alegre: Artmed, 2001.

Downloads

Publicado

2016-05-05

Como Citar

Cerqueira, I. F., & Teixeira, E. R. (2016). ICONICIDADE E REALIDADE: UM OLHAR SOBRE A PRODUÇÃO DE SINAIS DOS SURDOS DO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL/AC. Anthesis, 4(8), 64–89. Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/anthesis/article/view/496

Edição

Seção

Artigos