HERÓIS SEM CAPA, VILÕES SEM MÁSCARA: O DISCURSO DE ÓDIO REPRESENTADO NA SÉRIE SUPERGIRL
Palabras clave:
Ódio, Séries de televisão, Cultura POP, GêneroResumen
A série de televisão Supergirl apresentou uma inovação em sua quarta temporada: o grande vilão que a heroína precisou enfrentar não foi um empresário do mal ou um extraterrestre com superpoderes, mas o ódio. A narrativa, portanto, pode ser percebida como um enunciado historicamente situado, que expõe receios contemporâneos. Com base nessa premissa, este artigo tem o objetivo de analisar como a produção trata a questão do discurso de ódio, por meio de uma análise do discurso de inspiração foucaultiana, que compreende enunciados como raridades. O exame do conteúdo foi associado a contribuições teóricas sobre o ódio e seu uso político, de modo a discutir se a série foi pautada por uma visão do senso comum sobre a questão, ou se conseguiu propor uma reflexão crítica sobre este tema. A investigação demonstrou que a narrativa forneceu uma representação crítica acerca da mobilização do ódio, na medida em que colabora para que o fenômeno seja entendido como um problema social e não meramente individual. No que tange a representação do grupo de difusores de ódio e, também, o tema do modo adequado de reação a estes ataques, contudo, a produção acabou por reforçar alguns estereótipos, como o apagamento da participação ativa feminina em grupos de ódio e a necessidade de que movimentos contra essa emoção se apresentem de maneira homogênea.
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