MASCULINIDADES DE PLÁSTICO, PRÓTESES DE APARELHAGEM: O NORDESTINO DO PISEIRO NA PERFORMANCE POP DO FORRÓ ELETRÔNICO NO NORDESTE CONTEMPORÂNEO
Palabras clave:
Performance, Pop, Gênero e Sexualidade, Masculinidades, ForróResumen
Da aparelhagem do paredão ao solado das botas na poeira do piseiro, este artigo tem como objetivo relacionar a performance de gênero masculina com o tipo regional de nordestino no forró eletrônico do Nordeste contemporâneo. Assim, utilizamos o recente repertório do piseiro, lançado entre os anos de 2019 a 2020, em videoclipes pelos cantores de forró Biu do Piseiro, Eric Land e Zé Vaqueiro e Anderson e o Véi da Pisadinha. Ao consideramos a metodologia de análise mediática e o videoclipe como extensão da canção, tivemos como apontamentos que o nordestino do piseiro dialoga com uma performance masculina que se desloca dos enunciados da tradição do forró “pé-de-serra”, ao mesmo tempo que se deriva da “modernidade” do forró eletrônico. Além disso, refletimos que a manifestação popular do piseiro pode apresentar a emergência do que pode ser chamado e “popficação” do forró pela influência de outros ritmos e das outras imagens que compõem o jovem que dança. As reflexões teóricas sobre os sons de cabra macho, a moral e a sexualidade no forró deram suporte para a construção do gênero masculino em performance. Portanto, buscamos destacar os novos modelos de masculinidade no reprocessamento dos signos ruralizados pela sonoridade do que chamamos de “forró de apresto”, sobretudo, na medida em que os velhos modelos ainda sustentam os significados do presente. O vaqueiro está pop com próteses de aparelhagem e uma espora de plástico, mas ainda depende da festa e do som para legitimar a macheza na abundância de mulheres no paredão.
Citas
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