ASPECTOS DA IMPRENSA E DA MODERNIDADE AMAZÔNICAS: UM ESTUDO DO CENTRO ÀS PERIFERIAS
Abstract
A institucionalização da imprensa na Amazônia teve início quando Felipe Patroni se voltou para a reflexão da condição do Grão-Pará no universo do Reino Luso-brasileiro. Enquanto universitário da Universidade de Coimbra imbuído das práticas ilustradas, Patroni objetivava através do Paraense cercar o seu leitor de referenciais liberais, capazes de levarem-no a refletir sobre um organismo político monárquico adaptado à singularidade da elite amazônica. O Paraense constitui um aspecto inicial e tardio, ao mesmo tempo fundador da modernidade amazônica. Contudo, ele incide apenas sobre um aspecto dessa modernidade, aquele construído em torno de relativamente sólidas práticas de impressão e leitura. Para além dele, os discursos modernos se difundiam através vários mecanismos de difusão, como as leituras em voz alta ou as conversas nos espaços de sociabilidade crescentemente disponíveis. Ainda que existam registros de vários periódicos em pontos distantes da bacia hidrográfica amazônica, contendo captações bem particulares do vocabulário liberal, não tem havido investimento acadêmico num diálogo mais amplo acerca das ideias modernas nessas periferias. Este artigo, nesse sentido, tem como objetivo explorar os vários impulsos que a palavra escrita recebeu em seu contexto de construção na Amazônia, percebendo a necessidade ativa das várias elites periféricas instituírem a sua filiação a uma nação em processo de constituição. Além de um mapa geral da questão da imprensa amazônica em seu primeiro século, busca situar o surgimento dos primeiros jornais nas periferias da Amazônia brasileira.
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