OS LIMITES DA REBELDIA INDÚSTRIA CULTURAL E EXPERIMENTAÇÃO EM IN THE COURT OF THE CRIMSON KING

Autores

Palavras-chave:

King Crimson; In the court of the crimson king; Rock progressivo; Indústria cultural.

Resumo

A arte, desde o início da modernidade, sobrevive entre a tentativa de autonomia e a submissão de seu produto ao lucro. Quando pensamos na criação musical, especificamente com a popularização do rock na década de 1960, presenciamos uma época em que arte e indústria se fundem na idealização de um todo comercial que desafia tanto a possibilidade de autonomia da primeira quanto a manutenção das necessidades puramente mercadológicas da segunda. Partindo de Adorno e Horkheimer (2006) e Benjamin (2019), que discutem a relação entre reprodutibilidade técnica e indústria cultural, e Atton (2012), Dowd (2011), Grenfel (2017) e Keister e Smith (2008), com concepções sobre o rock progressivo e música difícil, analisamos o disco In the court of the crimson king, da banda britânica King Crimson (1969), e sua tensa relação com a indústria cultural. Se em alguns os seus elementos o disco pode ser tomado com uma criação com assimilação passiva pelo público, quando escrutinamos o diálogo entre as partes e o todo percebemos o uso de recursos musicais diferenciados, como assinaturas temporais de 6/8, atonalidades e instrumentos como mellotron, e estratégias de marketing que dificultam a sua fácil assimilação pelo lado comercial da indústria. Nessa obra, a crítica à coisificação da arte acontece de dentro da indústria, implodindo a lógica do sistema, mas evitando se autodestruir no processo.

Biografia do Autor

Paulo Henrique Raulino dos Santos, Universidade Federal Rural de Pernambuco

É graduado em Letras com habilitação em lingua inglesa e suas respectivas literaturas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Campus Pau dos Ferros, e Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Letras (PPGL) da referida universidade. Atualmente é professor Assistente A do departamento de Letras da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Unidade Académica de Serra Talhada (UAST), e integrante do grupo de pesquisa Literatura e Mulher: Representações Ficcionais. Seus interesses de pesquisa abrangem produções literárias e audiovisuais de lingua inglesa.

Charles Albuquerque Ponte, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade de Campinas (2011). Possui mestrado em Letras (Inglês e Literatura Correspondente) pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003). Atualmente é professor adjunto IV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Trabalha com Cinema e literatura de Língua inglesa, com preferência para objetos pós década de 1960.

Referências

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Publicado

2021-12-01

Como Citar

Santos, P. H. R. dos, & Ponte, C. A. . (2021). OS LIMITES DA REBELDIA INDÚSTRIA CULTURAL E EXPERIMENTAÇÃO EM IN THE COURT OF THE CRIMSON KING. TROPOS: COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA (ISSN: 2358-212X), 10(2). Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/tropos/article/view/5304

Edição

Seção

Dossiê - Esse tal de Roque Enrow