A CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE A BANDA PATO FU E O FANDOM NA ERA DO IRC

Autores

  • Djenane Arraes Moreira Universidade de Brasília

Palavras-chave:

Pato Fu; Fandom; Redes Sociais; IRC.

Resumo

A era digital modificou as relações entre os artistas e as respectivas bases de fãs. Todavia, de que forma essas transformações aconteceram? Este artigo tem o objetivo de examinar a construção das relações entre o artista com a base de fãs no início da era digital, por meio do estudo de caso da banda mineira de pop rock Pato Fu, que foi uma das bandas brasileiras mais engajadas na internet nos anos 1990. Por meio de entrevistas semiestruturadas com integrantes da banda e fãs, e fazendo uso da hermenêutica de Hans-Georg Gadamer (1998), é mostrado que o serviço de chat em tempo real IRC, tal como outros recursos eletrônicos, foi fundamental na comunicação do Pato Fu com o próprio fandom. A relação se mostrou benéfica para ambos: a banda pôde usar talentos para criar recursos e ferramentas que auxiliaram na divulgação da música, e os fãs, além de exercitarem tais talentos, construíram uma experiência social positiva.

Referências

ALEXANDRE, Ricardo. Dias de luta: o rock e o Brasil dos anos 1980. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2014.

ALEXANDRE, Ricardo. Tudo é música. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2018.

ARAÚJO, Paulo César. O réu e o rei: minha história com Roberto Carlos em detalhes. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

ARRAES MOREIRA, D,; MACHADO, L. M. M.; RIBEIRO, A. W. de A. Deus e o diabo na perspectiva do Pato Fu: análise das injunções religiosas e sociais na obra da banda mineira. Revista Eco Pós. v. 20, n. 2, p. 336-358, 2017.

BEATY, Bart. Superhero fan service: audience strategies in the contemporary interlinked Hollywood blockbuster. The information society. v. 32, n. 5, p. 318-325, 2016.

CARDOSO, Gustavo. Mídia na sociedade em rede: filtros, vitrines, notícias. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.

CASTRO, Ruy. Chega de saudade: a história e as histórias da bossa nova. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

COPPA, Francesca. A brief history of media fandom. In: HELLEKSON, K; BUSSE, K. Fan fiction and fan communities in the age of the internet. London: McFarlad and Company, 2010.

DAPIEVE, Arthur. Brock: o rock brasileiro dos anos 80. São Paulo: Editora 34, 2015.

DE MARCHI, Leonardo. A destruição criadora da indústria fonográfica brasileira, 1999-2009: dos discos físicos ao comércio digital de música. Rio de Janeiro: Fólio Digital, 2016.

DEUZE, Mark. Media life. Cambridge: Polity, 2012.

DUFFETT, David. Understanding fandom: an introduction to the study of a media fan culture. London: Bloombury, 2013.

FISKE, John. The cultural economy of fandom. LEWIS, Lisa A (ed.). The adoring audience: fan culture and popular media. London: Roudledge, 1992.

FORASTIERI, André. O dia em que o rock morreu. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2014.

FRAADE-BLANAR, Zoe; GLAZER, Aaron. Superfandom: como nossas obsessões estão mudando o que compramos e quem somos. Rio de Janeiro: Anfiteatro, 2018.

FRIEDLANDER, Paul. Rock an roll: uma história social. São Paulo: Record, 2010.

GOES, Zico. MTV, bota essa p#@% pra funcionar. São Paulo: Panda Books, 2014.

HENNION, Antoine. The passion for music: a sociology of mediation. London: Routledge, 2016.

HESMONDHALGH, David. Why music matters. London: Wiley Blackwell, 2013.

HILLEARY, Mike. On the record: music journalists on their lives, craft and careers. Boston: University of Massachusetts Press, 2020.

HILLS, Matt. Fan cultures. London: Routledge, 2002.

KELLNER, Douglas. Media culture. New York: Routledge, 1995.

LEE, Peter. Why music matters: a series of essays on the state of popular music today. Lawrenceville: Avony Publishing, 2015.

LOBÃO. Guia politicamente incorreto dos anos 80 pelo rock. Rio de Janeiro: LeYa, 2017.

MARCONDES FILHO, Ciro. O rosto e a máquina: o fenômeno da comunicação visto pelos ângulos humano, medial e tecnológico. São Paulo: Paulus, 2013.

PEARSON, Roberta. Fandom in the digital era. Popular Communication. v. 8, p. 84-95, 2010.

RHEIN, Stefanie. “Being a fan is more than that”: fan specific involvement with music. The World of Music. Vol. 1, n. 42, p. 95-109, 2000.

RINTEL, E. S.; PITTAN, Jeffery. Strangers in a strange land: Interaction management on Internet Relay Chat. Human Communication Research. v. 23, n. 4, p. 507-534, 1997.

SÁ MARTINO, Luiz Mauro de. Teoria das mídias digitais. Petrópolis: Vozes, 2014.

THOMPSON, Derek. Hit makers: como nascem as tendências. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2018.

THOMPSON, John. A mídia e a modernidade: uma história social da mídia. Petrópolis: Vozes, 2013.

TOMAÉL, Maria Inês; MARTELETO, Regina Maria. Redes sociais de dois modos: aspectos conceituais. Transinformação. v.25, n.23, p. 245-253, set/dez 2013.

WILLER, Claudio. Geração beat. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2009.

WITT, Stephen. Como a música ficou grátis. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015.

Downloads

Publicado

2021-12-01

Como Citar

Arraes Moreira, D. (2021). A CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE A BANDA PATO FU E O FANDOM NA ERA DO IRC. TROPOS: COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA (ISSN: 2358-212X), 10(2). Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/tropos/article/view/5235

Edição

Seção

Dossiê - Esse tal de Roque Enrow