NEM TODO EVANGÉLICO É BROADCASTING (E CONSERVADOR): PROTAGONISMO RELIGIOSO E A CONSTRUÇÃO DA VISIBILIDADE PELO ANTAGONISMO

Autores

  • Carolina Falcão UFPE

Palavras-chave:

Protagonismo Religioso, Mídias Digitais, Redes, Antagonismo

Resumo

O presente trabalho busca apresentar e definir as linhas conceituais do protagonismo religioso. Para isso, estabelece algumas premissas, como a desnaturalização do grupo “evangélicos” enquanto categoria homogênea, a partir do conceito de antagonismo desenvolvido pela Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe. Esse processo aponta o antagonismo não só a partir das diferenças hermenêuticas e políticas entre os grupos, como também prevê diferenças nas estratégias de comunicação que são utilizadas entre esses eles. Assim, parte para uma discussão sobre a organização comunicativa das formas de visibilidade dos evangélicos numa perspectiva broadcasting (liderança) e em rede (protagonismo). Nesse sentido, utiliza como referência inicial as circunstâncias do ordenamento broadcasting em relação à cultura participativa, abrindo espaço para questionamentos sobre mediação e construção e tensionamento da autoridade religiosa em espaços virtuais, bem como as modulações de visibilidade nas mídias digitais. O objeto de análise consiste em dois vídeos que integram a coluna digital do Pastor Henrique Vieira “Histórias Subversivas e Generosas de Jesus”, hospedada no canal do YouTube do coletivo de comunicação do Mídia Ninja.

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Publicado

2021-07-08

Como Citar

Falcão, C. (2021). NEM TODO EVANGÉLICO É BROADCASTING (E CONSERVADOR): PROTAGONISMO RELIGIOSO E A CONSTRUÇÃO DA VISIBILIDADE PELO ANTAGONISMO. TROPOS: COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA (ISSN: 2358-212X), 10(1). Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/tropos/article/view/4529

Edição

Seção

Dossiê - Mídia, religião e religiosidade na era da digitalização