NEM TODO EVANGÉLICO É BROADCASTING (E CONSERVADOR): PROTAGONISMO RELIGIOSO E A CONSTRUÇÃO DA VISIBILIDADE PELO ANTAGONISMO
Palavras-chave:
Protagonismo Religioso, Mídias Digitais, Redes, AntagonismoResumo
O presente trabalho busca apresentar e definir as linhas conceituais do protagonismo religioso. Para isso, estabelece algumas premissas, como a desnaturalização do grupo “evangélicos” enquanto categoria homogênea, a partir do conceito de antagonismo desenvolvido pela Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe. Esse processo aponta o antagonismo não só a partir das diferenças hermenêuticas e políticas entre os grupos, como também prevê diferenças nas estratégias de comunicação que são utilizadas entre esses eles. Assim, parte para uma discussão sobre a organização comunicativa das formas de visibilidade dos evangélicos numa perspectiva broadcasting (liderança) e em rede (protagonismo). Nesse sentido, utiliza como referência inicial as circunstâncias do ordenamento broadcasting em relação à cultura participativa, abrindo espaço para questionamentos sobre mediação e construção e tensionamento da autoridade religiosa em espaços virtuais, bem como as modulações de visibilidade nas mídias digitais. O objeto de análise consiste em dois vídeos que integram a coluna digital do Pastor Henrique Vieira “Histórias Subversivas e Generosas de Jesus”, hospedada no canal do YouTube do coletivo de comunicação do Mídia Ninja.
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