“SE ME CALAM É PORQUE MINHA VOZ ASSUSTA”: POLÍTICA E PERFORMANCE MUSICAL A PARTIR DO CANCELAMENTO DE LINN DA QUEBRADA NA PARADA LGBTQ+ DE JOÃO PESSOA (PB)

Autores

  • Lívia Maria Pereira Universidade Federal de Pernambuco
  • Morena Dias
  • Mário Rolim

Palavras-chave:

política, est´ética, música pop, parada LGBTQ, Linn da Quebrada

Resumo

Neste trabalho tomamos o cancelamento do show de Linn da Quebrada na parada LGBTQ+ de João Pessoa de 2019 como ponto de partida para pensarmos as diversas formas de política protagonizadas por artistas LGBTQ+ que têm aparecido na cultura e especificamente na música brasileira nos últimos anos, e em particular as formas de resistência que emergem nas performances de Linn da Quebrada. A exclusão de Linn da programação de um evento que reúne corpos LGBTQ+ em espaços públicos para reivindicar igualdade de direitos perante a sociedade aponta para um policiamento realizado pela parada (ligado a um policiamento da comunidade LGBTQ+), entendendo “policiamento” na concepção de Rancière (2018), ou seja, como uma distribuição de forma supostamente igualitária que corpos podem ou não aparecer, falar ou ter sua palavra reconhecida como discurso em certo espaço e tempo. Em um primeiro momento, identificamos motivos que ajudam a entender os policiamentos e formas de precariedade (BUTLER, 2018) que atingem Linn, sejam eles restritos ao funk ou à comunidade LGBTQ+, ou envolvendo de maneira generalizada “a sociedade brasileira”, assim como a disrupção que ela promove nesses espaços. Depois disso, analisamos momentos específicos de performances de Linn para entender melhor o potencial político de sua estética, e sua corporeidade de “bixa travesty”. Por fim, analisamos esses momentos a partir de ideias de Rancière (2015) sobre a relação entre ética, estética e política, tensionando e apontando contradições tanto na teoria de Rancière quanto na própria estética de Linn.

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Publicado

2020-09-21

Como Citar

Dantas Pereira, L. M., Melo Dias, M., & A. O. M. Rolim, M. (2020). “SE ME CALAM É PORQUE MINHA VOZ ASSUSTA”: POLÍTICA E PERFORMANCE MUSICAL A PARTIR DO CANCELAMENTO DE LINN DA QUEBRADA NA PARADA LGBTQ+ DE JOÃO PESSOA (PB): . TROPOS: COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA (ISSN: 2358-212X), 9(2). Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/tropos/article/view/3977

Edição

Seção

Dossiê - Potências políticas do pop: gênero e ativismo na cultura pop