CONSTRUÇÕES DISCURSIVAS SOBRE O MUNDO DO TRABALHO NA OBRA JORGE, UM BRASILEIRO, DE OSWALDO FRANÇA JÚNIOR
Resumo
Neste artigo, são analisadas as construções discursivas sobre o mundo do trabalho no romance Jorge, um brasileiro (1967), de Oswaldo França Júnior. A pesquisa tem como embasamento teórico para o campo da linguagem os conceitos de Bakhtin e do Círculo, proposta que auxilia a perceber certas peculiaridades artísticas e composicionais da estrutura do romance, a partir da matriz dialógica como princípio constitutivo do enunciado. Para o mundo do trabalho, a análise pauta-se nas reflexões de pensadores que contribuíram para um olhar mais crítico sobre essa temática na obra, como Marx e Engels, Lukács, Gorz e Antunes. Os discursos sobre o trabalho são investigados a partir da dialogia entre dois planos enunciativos ambivalentes no romance, o da sociedade capitalista, onde paira a exploração daquele que vende sua força de trabalho, e o do trabalho coletivo e socializado, que cria um universo simbólico sutil em que é possível o trabalho e as relações sociais carregarem sentidos mais humanos. O primeiro plano aponta para um certo fatalismo quanto à jornada do trabalhador que vende sua mão de obra na sociedade de mercado e, por mais que lute e se esforce, não logra romper com a hierarquização social ou ter uma vida mais emancipada. O segundo plano é dado simbolicamente como campo de resistência e apresenta uma arquitetônica dotada de certa positividade, onde o trabalho é fator de socialização. Isso confere uma forte crítica à sociedade capitalista, em que a lógica da racionalidade econômica impera.
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