Contribuições da leitura multimodal na perspectiva do (multi)letramento para o ensino inclusivo
DOI:
https://doi.org/10.29327/210932.9.2-13Palavras-chave:
Educação Inclusiva. Leitura. Multimodalidade. Multiletramentos.Resumo
Garantido pelas leis, o ensino inclusivo, ainda se apresenta no cotidiano escolar, incipiente ou em dificuldade de implantação frente ao pessimismo ou à conformação, a qual fortalece a prática da “falsa inclusão” travestida de terminologia adequada, porém parcial ou totalmente contrária à perspectiva da Educação Inclusiva (MATTOS, 2017). Pautando-se em pesquisa bibliográfica, nossa proposta, neste artigo, é discutir a ideia de que uma alteração positiva desse cenário depende da reflexão crítica das práticas docentes, em especial, nas aulas de leitura e produção textual. Defende-se aqui que isso pode ser feito por meio de um ensino de leitura ampliado (MARTINS, 1994; FREIRE, 2001), em que o docente pode utilizar o gênero multimodal (DIONÍSIO, 2005), presente nas práticas sociais, sob a perspectiva dos Multiletramentos (ROJO, 2009), a qual considera a diversidade, na tarefa de efetivação do ensino inclusivo (MANTOAN, 2013), ou seja, que atenda a cada aluno em suas especificidades.
Referências
AZEVEDO, Ricardo. Aula de leitura. In: AZEVEDO, Ricardo. Dezenove poemas desengonçados. São Paulo (SP): Ática, 1999. p. 6.
BITTENCOURT, C. M. F. Livros Didáticos entre textos e imagens. In: BITTENCOURT, C. M. F. (org). O saber histórico na sala de aula. São Paulo (SP): Contexto, 2002. p. 69-90.
BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial: livro 1/MEC/SEESP. Brasília (DF): Secretaria, 1994.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm. Acesso em: 13 nov. 2020.
BRASIL. Decreto 3.956, de 8 de out de 2001. Brasília, 2001.
BRASIL. Ministério da Educação. Programa de Implantação das Salas de Recursos Multifuncionais. Secretaria de Educação Especial. Disponível em: http://www.portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/2007_salas.pdf. Acesso em: 06 ago. 2021.
BRASIL. Portaria SEDH Nº 2.344, de 3 de novembro de 2010 DOU 05.11.2010 https://www.udop.com.br/legislacao-arquivos/81/port_2344_pcd.pdf. Acesso em: 17 dez. 2020.
BRASIL. Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 11 jan. 2021.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica 2019: notas estatísticas. Brasília, 2020. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/notas_estatisticas_censo_da_educacao_basica_2019.pdf. Acesso em: 14 ago. 2021.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
DIONÍSIO, A. P. Gêneros Multimodais e Multiletramento. In: KARWOSKI, A.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K. Gêneros Textuais: Reflexões e Ensino. União da Vitória (PR): Kaygangue, 2005. p. 119-132.
_____. Gêneros multimodais e multiletramento. In: KARWOSKI, A. M.; GAYDECZKA, B.; BRITO K. Sie- beneicher (Orgs.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. 3. Ed. ver. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.
FERRAZ, J. A. Gêneros multimodais: novos caminhos discursivos. In: Encontro Nacional de Interação em Linguagem Verbal e Não-Verbal, 8., 2008, São Paulo. Anais eletrônicos... São Paulo: USP. Disponível em: http://www.fflch.usp.br/ dlcv/enil/pdf/2_Janaina_AF.pdf. Acesso em: 28 dez. 2020.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
_____. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 42.ed. São Paulo: Cortez, 2001.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 227.
INEP. Censo da Educação Básica: resultados e resumos, Brasília, 2019.
LAJOLO, M. Livro didático: um (quase) manual de usuário. Em Aberto, Brasília, v. 16 n. 69, p. 3-9, jan. /mar. 1996. Disponível em: file:///C:/Users/Daiane%20Alves/Downloads/2061-2121-1-PB.pdf. Acesso em: 13 de jan. 2020.
MATTOS, N. M. de. A Política de Educação Especial na perspectiva da inclusão: ambiguidades conceituais e suas consequências para a efetivação de uma escola inclusiva. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, v. 6, n. 1, p. 37-43, 2017.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo (SP): Moderna, 2003.
_____. Inclusão, diferença e deficiência: sentidos, deslocamentos, proposições. Revista Inclusão Social, Brasília, v. 10 n. 2, p.3 7-46, jan./jun. 2017. Disponível em: http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/4030. Acesso em: 27 out. 2020.
MARTINS, M. H. O que é leitura. São Paulo (SP): Brasiliense, 1994. (Coleção Primeiros Passos).
MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. São Paulo (SP): Cortez, 1996.
MOREIRA, A. F.; CANDAU, V. M. Educação escolar e cultura/s: construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação, n°. 23, mai/jun/jul/ago, p. 156-168, 2003.
OLIVEIRA, E.; MORENO, A. C. Brasil está estagnado há dez anos no nível básico de leitura e compreensão de textos, aponta Pisa 2018. G1, 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/03/brasil-esta-estagnado-ha-dez-anos-no-nivel-basico-de-leitura-e-compreensao-de-textos-aponta-pisa-2018.ghtml. Acesso em: 19 jan. 2021.
AUTOR...
ROJO, R. Textos Multimodais. Glossário Ceale, 2007. Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/textos-multimodais. Acesso em: 15 jan. 2021.
_____. Letramentos Múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo (SP): Parábola Editorial, 2009
_____; MOURA, E. Multiletramentos na escola. São Paulo (SP): Parábola Editorial, 2012.
SANTANA, Z. M. F. Leitura de imagem em livros didáticos do 9º ano: ensino ou estratégia de motivação para leitura de outros textos? Dissertação (Linguística). Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2017.
SANTOS, T. P. e REIS, M. B. de F. A formação docente na perspectiva da educação inclusiva. Travessias (UNIOESTE. Online), v. 10, n. 02, p. 330-344, 2016.
SEBASTIAN-HEREDERO, E. e ANACHE, A. A. A percepção docente sobre conceitos, políticas e práticas inclusivas. Estudo de caso no Brasil. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 1, p. 1018-1037, maio 2020.
SILVA, T. T. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, T. T. (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis (RJ): Vozes. 2009. p. 60-85.
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto alegre: Artes médicas, 1998.
SOUSA, S. M. Z. L. Avaliação em larga escala da educação básica e inclusão escolar: questões polarizadoras. Revista Educação Especial, vol. 31, N. 63, p. 863-878, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/32781/pdf. Acesso em: maio 2021.
VIEIRA, U. Descontinuidades da inclusão e da exclusão na educação de pessoas com deficiência no Brasil. In: PINTO, J. P.; BRANCA, F. F. (Orgs.) Exclusão Social e Microrresistências. Goiânia (GO): Cânone Editorial, 2013.
