O NÃO DITO SOBRE VIOLÊNCIAS, SILENCIAMENTOS E RESISTÊNCIAS LACUNAS NA HISTORIOGRAFIA ACREANA (1900-1920)
Resumo
A proposta deste artigo é desenvolver diálogos e problematizações com relatórios produzidos por prefeitos departamentais no então Território Federal do Acre e jornais editados na Amazônia acreana e em outros estados brasileiros, no decurso das duas primeiras décadas do século XX. O recorte cronológico escolhido perpassa o ápice e declínio da empresa gumífera na região, assim como a formalização da incorporação destes espaços ao Brasil, período de forte propagação de narrativas sobre desenvolvimento e progresso. A perspectiva é fazer um caminho contrário, explicitando, a partir dos diálogos com as fontes, as diferentes formas de violências produzidas no período contra populações indígenas, promovendo abruptas rupturas em suas vidas e vivências. Dentro dos limites impostos pela pesquisa, busca-se não apenas tratar das atrocidades cometidas, mas nomear agressores e vítimas que foram atravessados pela irracionalidade característica da modernidade. Também são tratados os não ditos, as lacunas que invisibilizaram as populações originárias, considerando processos taxionômicos constituídos a partir da ideia de raça, uma das primeiras categoria sociais da modernidade, bem como escritos que as classificaram de maneira pejorativa. Do mesmo modo, em um movimento político, busca também apresentar evidências que demonstrem a longa e complexa resistência de diferentes grupos de homens e mulheres que viviam/vivem na Amazônia acreana, ao avanço do “progresso” e da “civilização, componente fundamental para desmantelar concepções de vazios de gentes e culturas.Palavras-Chave: Amazônia acreana; populações indígenas; colonialidade; colonialismo; racialização
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Publicado
2023-04-27
Como Citar
Souza, S. R. (2023). O NÃO DITO SOBRE VIOLÊNCIAS, SILENCIAMENTOS E RESISTÊNCIAS LACUNAS NA HISTORIOGRAFIA ACREANA (1900-1920). Jamaxi, 6(2). Recuperado de https://periodicos.ufac.br/index.php/jamaxi/article/view/6711
Edição
Seção
ARTIGO