O 1º PLANO QUINQUENAL DE DESENVOLVIMENTO DA SUDAM (1967-1971) E O DESFLORESTAMENTO NA AMAZÔNIA
Resumo
O objetivo deste artigo é demonstrar as implicações das legislações elaboradas no Contexto da Operação Amazônia, especialmente o 1º Plano Quinquenal de Desenvolvimento da SUDAM (1967-1971), sobre o ecossistema florestal amazônico. Metodologicamente, a abordagem foi norteada por pesquisa bibliográfica, com ênfase em publicações sobre experiências de campo de técnicos vinculados a instituições como IBGE e INPA; e por pesquisa documental junto aos acervos do arquivo e biblioteca da SUDAM. A leitura e análise das fontes - mapas, legislações, relatórios, discursos e periódicos - evidenciou que uma concepção de natureza amazônica como provedora de recursos a serem explorados, baseada nas premissas da abundância e fertilidade, constituiu a ideia motriz dos discursos e das ações planejadas pelo Estado brasileiro para a região naquele contexto histórico. Essa perspectiva reduziu a floresta à dimensão econômica, desconsiderando seus ciclos biogeoquímicos e outras lógicas sociais de interação com o ecossistema. Ao mesmo tempo, viabilizou sua exploração intensiva para fins de extração madeireira, criação de gado, extração mineral e especulação financeira por meio de incentivos fiscais.