CORPO, DANÇA E ETNICIDADE: UM ESTUDO SOBRE O GRUPO DE DANÇA GEPA EM ILHÉUS-BA

Autores/as

  • Juciara Permínio de Queiroz Souza Secretaria de Educação e Ubaitaba/BA
  • José Valdir Jesus de Santana Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Marise de Santana Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Danilo César Souza Pinto Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Palabras clave:

Corpo. Dança. Etnicidades.

Resumen

Neste artigo, partindo dos estudos sobre etnicidades, temos como objetivo identificar os sinais diacríticos do corpo que dança e quais as fronteiras que este corpo exprime a partir do balé clássico e da dança contemporânea, tendo como campo empírico o grupo de dança GEPA - Grupo de Evangelização pela Arte -, uma das muitas atividades desenvolvidas pela Associação Centro Educacional de Ação Integrada – ACEAI, localizada no bairro Nossa Senhora da Vitória, em Ilhéus/BA. A pesquisa foi realizada a partir do método etnográfico e recorremos às contribuições de autores do campo das etnicidades, que nos permitiram compreender o fenômeno étnico a partir dos sentidos socialmente construídos pelos sujeitos de nossa pesquisa, através dos modos como estes produzem seus corpos e identidades tendo como referência a dança e o “lugar de periferia” em que ocupam/residem.

Biografía del autor/a

Juciara Permínio de Queiroz Souza, Secretaria de Educação e Ubaitaba/BA

Possui graduação em PEDAGOGIA pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB, graduada em História pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI. É pós graduada pelo curso de especialização lato sensu em Educação e Diversidade Étnico-cultural pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, campos de Itapetinga, e pós graduada em Gestão Pública Municipal pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC. Atuou como professora no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio do COLÉGIO ESTADUAL JOSE ARAUJO PEREIRA, NTE 22. Experiência na área de ciências humanas. Atualmente é professora do Ensino Fundamental II na Secretaria Municipal de Educação de Ubaitaba-Ba e atua também como coordenadora pedagógica no Colégio Estadual Professora Maria Leal Lopes em Nova Ibiá. Tem experiência em assessoria pedagógica e sistematização de projetos para organizações não governamentais na área de valorização a cultura afrobrasileira. Mestra em Relações Étnicas e Contemporaneidade pelo Programa de pós graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade da Universidade estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, campus de Jequié - BA.

José Valdir Jesus de Santana, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia- UNEB. Mestrado em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia. Doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Professor Titular, com dedicação exclusiva, do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Campus de Vitória da Conquista, onde atua como professor na Graduação e nos Programas de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade e Programa de Pós-Graduação em Ensino. Coordenador do Grupo de Pesquisa em Etnicidades, Relações Raciais e Educação - CNPQ/UESB e Grupo de Pesquisa em Interculturalidades e Educação: experiências entre os Povos indígenas da Bahia - CNPQ/UESB. em experiência na área de Etnologia indígena, educação escolar indígena, antropologia e educação, antropologia da criança, relações étnicas, educação e relações étnico-raciais, gênero e sexualidade na educação

Marise de Santana, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Graduação em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Bahia Olga Meting (1994). Concluiu mestrado em 1999 pela Pontificia Universidade Católica de São Paulo em que defendeu a Dissertação intitulada Educação Multicultural Novos e Velhos Desafios orientada pela Profª Drª Josildeth Gomes Consorte. Em 2004 defendeu a Tese "O Legado Africano na Diáspora e o Trabalho Docente" na Pontificia Universidade Católica de São Paulo, também orientada pela profª Dra Josildeth Gomes Consorte. É professora nível Pleno da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia das disciplinas Didática e Antropologia. Coordenadora e Professora do quadro permanente do Programa Stricto Sensu em Relações Étnicas e Contemporaneidade e do Curso de Pós Graduação em Antropologia Com Ênfase em Culturas Afro-brasileiras do ODEERE/UESB. Na UEFS- Universidade Estadual de Feira de Santana é Professora do Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em "Desenho, Cultura e Interatividade". Tem experiência nas seguintes áreas: Educação e Antropologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Legado Africano; Cultura e Identidade; Cultura negra; Trabalho e Formação Docente; Processo Ensino/ Aprendizagem, Antropologia das Populações Afro-brasileiras, Educação das Relações Étnicas. Pós Doutora pela UNICAMP com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia/FAPESB, tendo como interlocutora a Profª. Drª. Maria Neusa Mendes Gusmão.

Danilo César Souza Pinto, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Antropólogo. Graduado (2004) em Ciências Sociais e mestrado (2007) em Ciências Sociais (com ênfase em Antropologia Social) pela Universidade Federal de São Carlos. Doutor (2013) em Antropologia Social pela mesma instituição, com a tese "Homenagens do Legislativo: uma etnografia dos processos simbólicos do estado". Investigador Visitante Júnior (2010-2011) no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Professor e pesquisador com experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia do Estado, sociedades indígenas e Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: burocracia, política, educação e diversidade étnico-racial, educação indígena e sociedade brasileira. Atualmente é Professor Titular de Antropologia Social na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Jequié, professor do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade (PPGREC/UESB) e membro dos grupos de pesquisa "Antropologia do Estado e da Guerra" e Grupo de Estudos em Temática Indígena e Interculturalidade (GETII)

Citas

ACSELRAD, M. Dança de fronteira – reflexões sobre um processo de pesquisa e criação em dança a partir de uma abordagem antropológica. 29ª Reunião Brasileira de Antropologia, Natal/RN, 2014. Disponível em: www.29rba.abant.org.br/resources/anais/1/1401908469_ARQUIVO_Dancadefronteira.pdf. Acesso em: março de 2017.
ALMEIDA, M. V. de. O Corpo na Teoria Antropológica. Revista de Comunicação e Linguagens, 33: 49-66, 2004. Disponível em: http://miguelvaledealmeida.net/wp-content/uploads/2008/06/o-corpo-na-teoria-antropologica.pdf. Acesso em: dezembro de 2016.
ARAÚJO, B. V. M. “Meu corpo é um templo minha oração é a dança”: Dimensões étnicas, rituais e míticas na Companhia de Dança ‘Balé Castro Alves’. 1999. 185f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Cultural). Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1999.
ASSUMPÇÃO, A, C, R. O balé clássico e a dança contemporânea na formação humana: caminhos para a emancipação. Pensar a Prática, v. 6, 2003. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fef/rt/printerFriendly/52/2643. Acesso em: março de 2017.
BARTH, F. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. (Trad. John Cunha Comerford). Rio de janeiro: Contra Capa Livraria, 2000.
______. Etnicidade e o Conceito de Cultura. Antropolítica, n. 19, p.15-30, 2005.
______. Temáticas permanentes e emergentes na análise da etnicidade. In: VERMEULEN, Hans; GOVERS, Cora (Orgs.). Antropologia da etnicidade: para além de Ethnic Groups and Boundaries. Lisboa: Edições Lisboa, 2003.
BLACKING, J. Movimento e significado: a dança na perspectiva da Antropologia Social. In: CAMARGO, Giselle Guilhon Antunes (Org.). Antropologia da dança I. Traduções: Giselle Guilhon Antunes Camargo, Leonardo Pires Rosse, Maria Acselrad. Florianópolis: Insular, 2013.
BOUCIER, P. História da dança no ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
CARMO, P. S. do. Merleau-Ponty: uma introdução. São Paulo: Educ, 2011.
CARNEIRO DA CUNHA, M. Enicidade: da cultura residual mais irredutível. In: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac & Naify, 2009.
CLIFFORD, J. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998.
CSORDAS, T. Corpo/significado/cura. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2008.
DAWSEY, J.; MÜLLER, R.; HIKIJI, R. S.; MONTEIRO, M. F.M. (orgs). Antropologia e Performance: ensaios Napedra. São Paulo: Terceiro Nome, 2013.
FRANKHAM, J; MACRAE, C. Etnografia. In: SOMEKH, B.; LEWIN, C. (Orgs.). Teoria e método de pesquisa social. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
GARAUDY, R. Dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
GOLDMAN, M. Alguma Antropologia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1999.
GOMES, N. L. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
______. Cultura negra e educação. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 23, p. 75-85, maio/ago. 2003.
LE BRETON, D. Antropologia do corpo. 4ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.
______. Antropologia do corpo e modernidade. Tradução de Fabio dos Santos Creder Lopes. 3 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013a.
MALUF, S. W. Corpo e corporalidade nas culturas contemporâneas: abordagens antropológicas. Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC, v. 9, n. 9, p. 87-101, 2001. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/view/563; acesso em: 12/01/2017.
MAUSS, M. As técnicas do corpo. In: ______. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. p. 399-422.
PORTINARI, M. História da Dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteia, 1989.
POUTIGNAT, P.; STREIFFE-FENART, J. Teorias da Etnicidade: seguido de grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Barth. 2. ed. São Paulo: UNESP, 2011.
QUEIROZ e SILVA, T.; ALMEIDA, D. M. F.; WIGGERS, I. D. Diálogos com Thomas Csordas: o paradigma da corporeidade na Educação Física. Revista Brasileira de Ciências e Movimento, v. 24, n. 2, p. 197-205, 2016. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/5932. Acesso em: 04, jan, 2016.
ROCHA, G. Mauss & a educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
SILVA, D. G. N. e. Nos passos de uma dança cidadã: o ballet clássico como agente de inclusão social e cidadania em uma ONG de Santa Maria – RS. Dissertação (Mestrado em Educação), Centro Universitário La Salle –Unilasalle, Canoas, 2010.
SIQUEIRA, D. da C. O. Corpo, comunicação e cultura: a dança contemporânea em cena. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2006.
TAYLOR, D. Traduzindo performance. In: DAWSEY, John [et al]. Antropologia da performance. São Paulo: Terceiro nome, 2013.
TURNER, V. O processo Ritual: Estrutura e Antiestrutura. Petrópolis: Vozes, 1974.
THOMPSON, J. B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis-RJ: Ed. Vozes, 1995.
VAN GENNEP, A. Os ritos de passagem. Petrópolis: Vozes, 1977.
VEIGA, J, B. O ensaio ao pé da letra: uma etnografia de ensaios de dança contemporânea. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - Universidade de São Paulo, 2014.

Descargas

Publicado

2021-06-29

Cómo citar

Permínio de Queiroz Souza, J., Jesus de Santana, J. V., de Santana, M., & Souza Pinto, D. C. (2021). CORPO, DANÇA E ETNICIDADE: UM ESTUDO SOBRE O GRUPO DE DANÇA GEPA EM ILHÉUS-BA. South American Journal of Basic Education, Technical and Technological, 8(1), 435–459. Recuperado a partir de https://periodicos.ufac.br/index.php/SAJEBTT/article/view/4320

Número

Vol. 8 Núm. 1 (2021): Edição jan/abr.

Sección

Ciências Humanas